Os preços do petróleo fecharam a semana em queda acentuada, com os contratos do petróleo WTI encerrando a sua décima sessão consecutiva de perdas e anotando a sua sequência mais extensa de quedas em três décadas.
O petróleo WTI para entrega em dezembro fechou em queda de 0,79%, a US$ 60,19 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), encerrando a semana com perdas acumuladas de 4,2% e ficando 21,22% abaixo do pico anotado no dia 3 de outubro, a US$ 76,41 o barril. O benchmark americano encerrou a sessão de ontem 20,59% abaixo do pico, entrando no chamado “bear market”, que costuma indicar um viés negativo para o comportamento futuro do ativo.
O Brent para janeiro, por sua vez, recuou 0,66%, a US$ 70,18 o barril na ICE Futures Europe, em Londres, acumulando perdas de 3,30% na semana. O benchmark também se aproxima dos 20% de queda que marcam a entrada no “bear market”, encerrando a sessão 18,67% abaixo do seu pico recente, também alcançado em 3 de outubro, de US$ 86,29 o barril.
Estoques altos
O petróleo sofre pressão de uma variedade de fatores, mas ampliou as perdas na quinta-feira (8), depois que os dados oficiais de estoques do Departamento de Energia dos EUA (DoE) apontaram que as reservas americanas da commodity estão agora nos maiores níveis em cinco meses.
Os dados divulgados na sexta-feira (9) pela Baker Hughes apontaram um aumento de 12 unidades no número de sondas de petróleo em operação nos EUA, pressionando ainda mais os preços. Este foi o maior salto no número de sondas em atividade desde a semana encerrada em 25 de maio.
Reunião da Opep
Os investidores reduziram a sua exposição ao petróleo à espera também da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que acontecerá no domingo (11) em Abu Dhabi, incluindo alguns países de fora do cartel, como a Rússia.
De acordo com fontes da Opep a par do assunto, a Arábia Saudita, a Rússia e os outros países presentes devem debater corte de até 1 milhão de barris para o ano que vem, depois da divulgação de um relatório da Opep que aponta um excesso de produção da commodity em 2019.
“A Arábia Saudita percebe que pode haver uma necessidade de reverter o rumo no próximo ano e quer ver as opções”, disse um alto funcionário saudita. A Rússia, no entanto, deve se opor a qualquer redução, disseram especialistas.
Fonte: Valor Online