Sem mecanismos que permitam essa ampliação, toda a produção proveniente do pré-sal poderá seguir para a exportação
A ampliação do mercado de gás natural do Brasil esbarra na falta de políticas públicas capazes de promover o aumento do consumo por parte dos diferentes segmentos. Embora energia elétrica e indústria sejam os maiores consumidores de gás do país, a fatia correspondente ao energético na matriz de consumo destes dois setores fica pouco acima de 10%.
Atualmente, o gás natural representa somente 11,3%, em média, do que é consumido pelas indústrias – dado que se mantém há anos -, apesar de o setor industrial responder por 32,9% da demanda final de gás. O transporte, que possui grande potencial para ser consumidor de gás natural, responde apenas por 2,1% na frota nacional, ante 44% do óleo diesel, 29,4% da gasolina e 16,4% do etanol.
O mercado de gás natural enfrenta ainda concorrência de outras fontes de combustíveis que contam com subsídio do governo, como o Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), para expandir no segmento residencial, por exemplo.
Na avaliação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, se o governo não encontrar soluções que permitam a expansão do mercado de gás no país, toda a produção proveniente do pré-sal poderá seguir para a exportação, por meio de terminais de liquefação de gás, já que a indústria não terá como escoar o insumo.
Uma das alternativas, diz ele, seria ampliar a frota de carros movidos a gás natural. Segundo Pires, a China é um bom exemplo de país que vem promovendo essa transição. Hoje, são aproximadamente 5 milhões de carros e caminhões andando a gás no país chinês, enquanto, no Brasil, esse número é de 1,7 milhão.
Fonte: Brasil Energia Online