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Grupo francês avalia aquisição de distribuidoras de gás

A Engie avalia investir no setor de distribuição de gás natural no Brasil. A medida faz parte da estratégia da companhia francesa de aumentar o volume de investimentos no Brasil e de entrar em negócios que aproxime a empresa de consumidores finais.

“Queremos nos aproximar cada vez mais dos clientes finais e [aquisição de distribuidoras estaduais de gás] pode ser uma das coisas que a gente pode olhar”, afirmou o presidente da Engie no Brasil, Maurício Bähr, ao Valor.

Em ofício ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) defendeu a desverticalização completa da indústria de gás. Atualmente, a Petrobras, principal produtora de gás do país, possui participação relevante no capital das distribuidoras estaduais.

Segundo seu presidente, a Engie, que completou no ano passado 20 anos de atuação no Brasil, com a vitória dos leilões da concessão da hidrelétrica de Cana Brava e da privatização da Gerasul, em 1998, elegeu o país como um dos locais de investimento de longo prazo.

“O Brasil é um país que oferece oportunidades que têm escala. Você consegue fazer uma alocação de capital de porte, robusta. Se as regras estiverem claras, com estabilidade regulatória, e um governo positivo para atrair capital privado, isso rapidamente vai conseguir trazer mais dinheiro para o Brasil. O momento é propicio”, explicou Bähr.

Segundo ele, os primeiros sinais do governo Bolsonaro para os setores econômico e energético são positivos. Segundo ele, porém, na área de energia, as prioridades devem ser a solução para o risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) e para o reequilíbrio dos contratos de concessão de hidrelétricas estruturantes, como Jirau, no rio Madeira (RO), em que o grupo francês possui 40% de participação.

“A prioridade do governo deve ser a resolução dessa questão do GSF, não só para criar sustentabilidade e resolver a questão dos recebíveis na CCEE [Câmara de Comercialização de Energia Elétrica], mas também para atrair investimentos em hidrelétricas”, afirmou Bähr.

Ele explicou que a resolução do GSF não resolve os problemas dos projetos estruturantes. Para o caso desses empreendimentos, o executivo defende a criação de um grupo de trabalho para tratar do assunto. “Alguns desses projetos já estão 100% operacionais, gerando energia, contribuindo com toda a capacidade operacional, mas ainda requerem aporte de capital dos seus sócios para fazer frente às obrigações. Isso não faz sentido”, disse o executivo.

Voltando à estratégia de proximidade ao consumidor final, a Engie também tem ampliado investimentos na área de serviços de energia. Em 2018, a companhia fez três grandes aquisições no setor: a ACS, empresa de monitoramento remoto de consumo de energia; a GV Energy, consultoria especializada em gestão de energia; e os 50% remanescentes na Engie Solar, especializada em soluções de geração distribuída a energia solar para uso residencial, comercial e industrial.

“Cada vez mais a energia passa a ser um assunto estratégico nas empresas”, disse Bähr. “Estamos participando e oferecendo soluções na área de eficiência energética, energia distribuída, consultoria e gestão de energia”, completou ele.

A meta continua sendo alcançar faturamento anual de R$ 1 bilhão na área de serviços. Para este ano, a empresa espera atingir aproximadamente R$ 500 milhões, praticamente o dobro do obtido em 2017. “Continuamos olhando o mercado de serviços, que é bem fragmentado e que gera bastante interesse”, disse Bähr.

 

Fonte: Valor Econômico

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