A demanda de energia do Brasil em 2019 deve crescer cerca de 4% em relação ao ano anterior, afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, nesta sexta-feira (15).
Segundo ele, a estatal trabalha com uma projeção de crescimento do PIB de 2,3% para este ano. E, para 2020, a EPE utiliza como parâmetro a previsão de crescimento do PIB de 2,7%.
“Estamos olhando para um ritmo de retomada do crescimento econômico”, disse Barral em conversa com jornalistas, no escritório central da EPE, no Rio.
Termelétricas
O governo deverá decidir em até dois meses sobre a realização de um leilão específico para contratação de capacidade de termelétricas, disse Barral. “Acredito que ao longo de dois meses essa questão seja equacionada.” O presidente da EPE lembrou que foi concluída recentemente uma consulta pública sobre o tema, aberta pelo Ministério de Minas e Energia.
Segundo Barral, a EPE identificou no ano passado que o sistema elétrico brasileiro pode necessitar de aporte de potência.
“Isso está na raiz da discussão do leilão de termelétricas”, afirmou.
Um ponto importante a ser avaliado, destacou, é se os leilões de energia nova A-4 e A-6 (que negociam contratos de energia de novos empreendimentos com início de suprimento em 2023 e 2025, respectivamente) serão suficientes para garantir esse aporte de potência necessário. “A discussão está menos no mérito e mais na forma do leilão [de potência] e a interação [do tema] com os leilões A-4 e A-6”, afirmou.
Energia nova
Os leilões de energia nova “A-4” e “A-6” devem ser realizados em junho e setembro deste ano, informou Barral. O leilão A-4 negociará contratos de energia de novos empreendimentos com início de entrega previsto para 2023, e o A-6 terá início de suprimento em 2025.
Segundo o executivo, as datas ainda se referem a previsões. O calendário de leilões deverá ser definido oficialmente em março.
Barral disse que ainda é difícil prever qual será a demanda dos dois leilões, pois a EPE ainda não recebeu as previsões de demandas das distribuidoras para os próximos anos.
Segundo ele, a indefinição até o momento da revisão do Anexo “C” do Tratado de Itaipu, que trata da comercialização da energia do Paraguai para o Brasil e que tem vencimento em 2023, não deverá afetar significativamente a projeção da demanda das distribuidoras. Isso porque, explicou, o único ponto que está sendo revisitado é o preço da importação, mas o tratado assegura que o excedente da produção paraguaia da hidrelétrica seja fornecido ao Brasil.
“Não existe perspectiva de [o Paraguai] parar de fornecer [energia excedente de Itaipu] para o Brasil”, afirmou o executivo.
Fonte: Valor Online
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