Um estudo divulgado nesta quarta-feira (14) aponta que o aumento da concentração de gás metano na atmosfera nos últimos anos vem, em grande parte, da exploração do gás de xisto por meio de “fracking” (técnica também conhecida como “fraturamento hidráulico”).
A conclusão dos pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, foi publicada em artigo publicado na revista científica “Biogeosciences”. Eles analisam o aumento da concentração de gás metano na atmosfera ao longo da última década e sua relação com a crescente utilização do fracking como prática de produção de gás natural.
Segundo o autor do artigo, Robert Howarth, que é professor de ecologia e biologia ambiental, é um erro atribuir a fontes biológicas o aumento da concentração de metano no ar. Pesquisas anteriores vêm associando essa elevação, principalmente, a atividades como a pecuária para produção de carne bovina.
Como foi feito o estudo
Os cientistas fizeram uma análise química da composição do metano que vem sendo emitido na atmosfera nos últimos anos. Dessa forma, conseguiram encontrar rastros de suas origens.
Essa espécie de “impressão digital química” do gás metano indica que uma grande proporção dele agora vem sendo emitida por meio do fracking. A concentração de metano na atmosfera vem aumentando especialmente desde 2008, mas também sua composição está ficando diferente.
Isso porque o metano proveniente do fracking tem características diferentes daquele emitido pelas técnicas convencionais de produção de gás natural. E também é diferente daquele metano liberado na queima de outros combustíveis fósseis, como o carvão.
A pesquisa indica que a proporção de moléculas de carbono-13 em relação ao carbono-12 é menor no metano emitido por fracking. Assim como o metano emitido por fontes biológicas, como aquele presente nos gases de animais ou exalado por terras úmidas, tem concentração de carbono-13 mais baixa do que o metano que vem dos combustíveis fósseis.
Fonte: G1
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