A privatização das refinarias e de terminais de regaseificação da Petrobras pode trazer ganhos para a Ultragaz no médio prazo, à medida que possibilitará maior concorrência na oferta de gás no mercado doméstico, na avaliação do presidente da Ultrapar, Frederico Curado. “Com a privatização das refinarias, a dinâmica de mercado se altera e a Ultragaz erá acesso a matéria-prima importada”, comentou o executivo.
Há ainda oportunidade de ganho de competitividade diante da redução dos preços da matéria-prima, já que hoje a Petrobras é a única fornecedora e toma como base as cotações no mercado europeu, que são superiores às do Golfo do México.
“Hoje o preço do GLP no Golfo do México é bem mais baixo do que no mercado nacional. Imagine se as refinarias forem mais competitivas, o quanto o setor de GLP pode ser beneficiado”, acrescentou.
Em relação à potencial aquisição de refinarias da Petrobras, o executivo reiterou que o grupo Ultra vê oportunidades, já que quatro de seus negócios — Ipiranga, Oxiteno, Ultragaz e Utracargo — têm sinergia estratégica “clara”. “Continuamos olhando esses ativos com bastante seriedade e interesse”, afirmou, em teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre de 2019, divulgados na véspera.
Questionado sobre o formato de uma eventual participação da Ultrapar na venda das refinarias, Curado disse que, hipoteticamente, o desejo natural do grupo seria o de entrar na disputa junto a um sócio estratégico, que aporte conhecimento sobre esse negócio.
Na avaliação do diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, André Pires, o fechamento da potencial operação de venda de ativos pela Petrobras somente deve ocorrer no segundo semestre do que vem, uma vez que a estatal terá de executar a cisão desses ativos, o que deve levar cerca de 12 meses.
Fonte: Valor Online
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