Os preços do petróleo encerraram a sessão desta quarta-feira (01) em queda, aprofundando as já largas perdas de 2020. Os investidores seguem preocupados com o colapso na demanda global pela commodity, com a paralisação da atividade econômica para tentar conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (covid-19) e com o aumento da produção da Arábia Saudita.
Além disso, os dados semanais de estoques nos Estados Unidos apontaram para um crescimento acima do esperado por analistas, o que pressiona ainda mais os preços da commodity.
No fim da sessão de hoje, no entanto, os preços da referência americana se afastaram das mínimas intradiárias após relatos de que o presidente dos EUA, Donald Trump, deve se encontrar com presidentes de grandes empresas do setor de petróleo para discutir medidas de apoio.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), os contratos do West Texas Intermediate (WTI) para o mês de maio encerraram o dia em queda de 0,83%, a US$ 20,31 o barril. Na ICE, em Londres, os contratos do Brent para junho recuaram 6,11%, a US$ 24,74 o barril.
O mercado está vendo “a quantidade de petróleo que está sendo produzida, conforme foi prometido pela Arábia Saudita”, disse Tariq Zahir, membro gerente da Tyche Capital Advisors.
“Com a destruição da demanda em todo o mundo, e agora com a Arábia inundando os mercados com petróleo, sentimos que é apenas uma questão de tempo até que o petróleo seja negociado abaixo dos US$ 20″, disse ele ao MarketWatch. “A extensão das quarentenas estabelecidas pelos governadores dos EUA e na Europa continuará a destruir qualquer tipo de demanda por petróleo e produtos derivados”, acrescentou Zahir.
A Arábia Saudita está se movimentando para recuperar uma fatia de mercado de produtores norte-americanos, após o reino ter perdido participação para as companhias dos EUA nos últimos anos.
A Arábia Saudita tentou movimento semelhante em 2014, aumentando a produção para forçar os preços para baixo. Mas enquanto a taxa de falências dos produtores americanos subiu, a produção caiu apenas temporariamente e os EUA continuaram com ganhos de participação de
mercado. Naquela época, os preços caíram para US$ 26.
Desta vez, o reino está em uma posição melhor para fazer com que as empresas americanas sofram. A demanda por produtos petrolíferos caiu drasticamente à medida que as pessoas em todo o mundo ficam em casa para combater o coronavírus, de modo que os produtores estão tendo problemas para encontrar compradores para seus barris a quase qualquer preço. Os preços à vista de alguns oleodutos dos EUA caíram abaixo de US$ 10 por barril.
Com a indústria americana acusando o golpe, o “The Wall Street Journal” informou hoje que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve se reunir com as empresas do segmento para discutir medidas de apoio. A reunião será realizada na Casa Branca e incluirá o CEO da Exxon Mobil, Darren Woods, o executivo-chefe da Chevron, Mike Wirth, o executivo-chefe da Occidental Petroleum, Vicki Hollub e Harold Hamm, presidente executivo da Continental Resources, segundo fontes.
Trump e os executivos devem discutir possíveis auxílios à indústria, incluindo tarifas sobre importações de petróleo da Arábia Saudita.
Hoje, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) informou que os estoques americanos de petróleo subiram em 13,833 milhões de barris na semana passada, para 469,193 milhões de unidades. O aumento excedeu bastante a expectativa dos analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de alta de 4,5 milhões de barris no período.
Os estoques de gasolina também cresceram, com alta de 7,524 milhões de barris, e também superando a expectativa, de alta de 1,9 milhão de unidades.
Fonte: Valor Online
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