A queda da atividade econômica foi o principal fator para que a Cegás reduzisse em média 5,35% a tarifa de fornecimento de gás encanado. A medida, negociada pela empresa com os fornecedores – sendo o principal a Petrobras – vale entre maio e julho. Além dos consumidores na indústria, também afeta o setor público, comércio e serviços, residenciais e motoristas.
A principal retração, de 7,24%, ocorre para os clientes industriais. De acordo com o presidente da Cegás, Hugo Figueiredo, a redução de consumo desde o início da crise chegou a aproximadamente 50% no mês passado. Os serviços, porém, de garantir o fornecimento, ampliação da rede e ligação de novos clientes têm continuado. A prioridade é para as indústrias e comércios de alimentos, além de hospitais, como o Leonardo da Vinci e Hospital Batista.
Em meio ao confinamento, Figueiredo diz que o fornecimento para residências aumentou na casa dos 5%. Ele explica que esse público ainda representa parcela pequena dos clientes, apesar de crescimento observado nos últimos anos.
“Segmento de transporte teve a maior queda, no industrial houve uma queda das empresas consideradas não essenciais, e outros como o comércio tiveram queda significativa. O residencial na nossa carteira de clientes ainda representa pouco. Mas em todas as situações temos garantido o abastecimento”, complementa.
O presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto, avalia que o desconto anunciado é bem-vindo para os moradores e administradores de condomínios, os principais usuários do gás encanado para fins residenciais. Apesar de considerar a redução ainda tímida, diz que “nesta época, tudo que puder baixar no consumo para os condomínios é benéfico”.
O especialista no setor de Combustíveis e Energia, Bruno Iughetti, analisa que é natural a queda de preços e é possível mais reduções, tanto do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e Gás Natural Veicular (GNV). A explicação para a queda é consequência de uma “superprodução” da Petrobras e, até que o estoque seja normalizado, em dois meses, estima Iughetti, o valor fique mais baixo.
Ele ainda destaca que, passada a crise, a competitividade do gás deve ampliar sua utilização no Brasil como fonte de energia. “O gás deve ter, com certeza, uma demanda crescente. A tendência é que se saia muito bem num cenário de competição, mas isso vai depender do preço do petróleo no mercado internacional”, observa.
Figueiredo também acredita em tal cenário e projeta a Cegás crescendo neste ano. “A empresa continua sólida. Apesar da pandemia, esperamos crescimento. O gás deve ganhar em competitividade no mundo pós-pandemia”.
Quanto ao gás de cozinha de 13 kg, desde janeiro, a queda chega a 1,85%, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), com preço médio de R$ 74,59 no Estado em abril. Mas o valor é o maior do Nordeste. O presidente do Sindicato dos Revendedores de GLP do Estado do Ceará (Sincegás), Luciano Holanda, diz que o consumo cresceu entre 8% e 10% desde o início da quarentena. O temor de Luciano é que as pessoas isoladas não tenham renda para comprar gás. Ele revela que as vendas foram estabilizadas no fim do último mês.
Fonte: O Povo (CE)
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