Impacto é maior nos segmentos automotivo (45%), comércio (42%) e indústria (32%); segmento residencial foi o único a apresentar crescimento (14%).
O consumo total de gás natural no País foi duramente afetado pelos efeitos da pandemia de novo Coronavírus (Covid-19).
A demanda no segmento automotivo foi a que mais sofreu com a adoção de medidas preventivas que mantiveram a maior parte da população em casa – especialmente nos municípios com maior quantidade de carros movidos a GNV (Rio de Janeiro e São Paulo). A queda da demanda foi de 45% em abril, na comparação com igual período em 2019. No comércio, a queda foi de 42% em abril. A paralisia teve reflexos na indústria, que recuou 32% em relação a abril de 2019.
“É o menor consumo de gás natural em 15 anos. Em abril, desconsiderando as termoelétricas, a demanda foi de apenas 27,6 milhões de metros cúbicos/dia, menor volume não térmico registrado desde 2005, quando a associação começou a divulgação desse levantamento”, explica o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.
“É uma crise sem paralelo e a indústria de gás natural também vem sendo afetada. O aumento da inadimplência também preocupa. As distribuidoras funcionam como arrecadadoras de todos os elos da cadeia. Recebem, em média, apenas 17% da tarifa paga pelo consumidor, o que corresponde à remuneração bruta pela prestação de serviços e pelos investimentos em expansão de rede, pela manutenção da integridade dos ativos e pelo pagamento de funcionários e fornecedores. De cada R$ 100 que elas recebem, em média R$ 83 seguem para pagar o supridor da molécula, o transporte de gás e os impostos. O nível de inadimplência vem subindo a patamares acima da média. E isso afeta não só a distribuidora, mas também o supridor, o transportador e os governos federal e estaduais que recebem impostos”, diz Salomon.
“Como prestadoras de um serviço essencial, as distribuidoras vêm garantindo o fornecimento contínuo, expandindo a rede, ligando novos clientes e, principalmente, adotando todas as medidas de segurança para proteger suas equipes e combater a disseminação da Covid-19. O problema das concessionárias, com a crise, é equilibrar o fluxo de caixa em curto e médio prazo. Há entraves para tomar empréstimos bancários que ajudem toda a cadeia do gás na travessia desse momento difícil. Estamos mantendo diálogo produtivo com o governo, mas é preciso acelerar as medidas – assim como aconteceu com o setor elétrico – para solucionar alguns entraves. É importantíssimo evitar que o setor seja desestruturado até porque o gás natural tem potencial para ajudar o País no processo de recuperação da economia, com investimentos que geram renda, milhares de empregos diretos e indiretos e arrecadação de impostos”, conclui o presidente executivo da Abegás.
Outros segmentos
Também refletindo a queda da atividade econômica, a geração termelétrica teve um recuo de 10% na comparação com o mesmo período de 2019. Já o segmento da cogeração caiu 23% em abril.
Em abril, o número de unidades consumidoras de gás natural chegou a 3,7 milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.
Consumo em abril/20 em todos os segmentos*
Industrial — Apresentou retração de 32%.
Automotivo — Caiu 45% o uso de GNV.
Comercial — Recuou 42%.
Residencial — Cresceu 14%.
Cogeração — Baixou 23%.
Geração elétrica — Caiu 10%.
* Comparado a abril de 2019.
Destaques do consumo nas regiões: abril/20*
O destaque positivo foi o crescimento no segmento residencial.
Chegou a 20% no Nordeste na comparação com abril de 2019. No Sul e Sudeste, a alta foi de 13%.
* Comparado a abril de 2019.
Fonte: Comunicação ABEGÁS
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