O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputado Josué Neto (PRTB), subiu na tribuna duas vezes nesta semana para criticar a demora na aprovação do Projeto de Lei para exploração de gás natural no Estado. Segundo o deputado, a postura do Governo do Amazonas é responsável pelo atraso.
O leilão da Petrobras será em agosto, mas o governo informou que só fará a entrega da lei em setembro. No dia 7 de junho, a Justiça autorizou a retomada de obras para produção de gás no Campo de Azulão, no interior do estado.
Na terça-feira (14), Josué usou até palavras xingamentos e palavras de baixo calão para criticar o governo. Segundo o parlamentar, com a lentidão em devolver o projeto aprovado, o Executivo prejudica a geração de emprego e renda no Estado.
A previsão com a exploração de 16 novos postos de gás natural é de 36 mil empregos e uma arrecadação de, aproximadamente, R$ 3 trilhões em 10 anos, conforme estudo da Fundação Getúlio Vargas.
O presidente acusou os colegas de serem convenientes com irregularidades e citou nomes. “E eu quero saber com que consciência os deputados desta casa dormem, sabendo que não estão a favor do povo do Estado. Com que consciência vossa excelência dorme deputado Roberto Cidade? O do deputado Adjunto Afonso, deputado Ferraz, da deputada Terezinha, da deputada Alessandra Campelo, do deputado Maciel. Isso é uma falta de respeito com esta casa”, disse.
A deputada Alessandra Campelo saiu em defesa dos colegas. “Não me calo para covardes. Não tive nenhum empresário pai ou empresário mãe não. Estudei em escola pública quase toda minha vida, me formei em universidade pública. Enquanto tinha gente jogando dominó, eu tava nas ruas”, declarou.
Ao final da sessão, o deputado Josué Neto pediu desculpas aos colegas e disse que não tinha nada pessoal contra eles e que se irritou por conta do assunto. A assessoria do deputado Cabo Macial disse que ele não vai se manifestar. A Rede Amazônica buscou as assessorias dos outros deputados citados e aguarda retorno.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, repudiou a declaração do presidente da Aleam e, em nota, disse que “é leviana e irresponsável qualquer acusação que faça menção a interesse meu”.
“Não tenho nenhum interesse pessoal e particular no caso. Mas não permitirei que uma decisão tão importante para o Estado do Amazonas, que define questões econômicas fundamentais, seja tomada de maneira intempestiva. Daí porque optei por buscar estudos e avaliações técnicas que embasem minha decisão”, disse o governador.
Fonte: G1 (AM)
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