Em 2019, houve um aumento de 2.8% no consumo de energia primária e 5% no consumo de gás natural em todas as matrizes energéticas do mundo e 2% de aumento de emissões de gases de efeito estufa, justamente, pelo aumento o uso do gás natural e do carvão. Apesar disso, segundo Fernanda Delgado, líder de pesquisa em energia da FGV, as energias renováveis já atingiram sua maturidade e tem o Brasil como o maior exemplo mundial.
O LIDE Talks Paraná da última terça-feira (21), reuniu grandes especialistas e trouxe um assunto recorrente e de extrema importância para o desenvolvimento econômico e sustentável da indústria. “Precisamos desses debates. A sociedade está começando a se questionar mais sobre que tipo de energia é consumida e que tipo de energia é produzida. Estamos cada vez mais preocupados com qual matriz energética é essa que nos levará a uma verdadeira transição”, declara Fernanda.
Essa transição pela qual estamos passando, busca sair dos combustíveis fósseis para combustíveis renováveis. No entanto, não é tão fluida e esbarra no uso do gás natural como um componente de transição, tanto pela sua abundância no mercado quanto na sua baixa emissão de gases no efeito estufa. “Nesse cenário pragmático da economia o gás natural se encaixa com muita lógica nessa transição. Nós temos abundância e a expectativa é de que o gás ocupe o espaço como principal fonte de energia primária no mundo em um período de 15 anos”, declara Rafael Lamastra, Presidente da Compagas e vice-presidente do Conselho de Administração da Abegás.
A abertura de mercado proposta pelo Governo Federal está estimulando a entrada de novos players do segmento e com isso será possível ter uma maior competitividade nos preços praticados, o que beneficiará todos os consumidores. O processo deve contribuir também para a aceleração da expansão da rede canalizada e para o desenvolvimento de aplicações do uso do gás – como geração de energia elétrica, usos industriais, veículos leves e pesados e também nas residências.
Segundo Alessandro Gardemann, Presidente da Abiogás, a desregulamentação que está acontecendo no mercado de gás no Brasil será uma grande oportunidade para a produção do biogás no país e integração dessa malha. “Estamos cercado por gás natural, com produção da Bolívia, Argentina, do pré-sal, Sergipe e Amazonas, mas ainda temos a dificuldade que chegue ao interior do Brasil que é onde o país cresce”.
Para Cassio Silva, diretor de desenvolvimento de negócios da COPEL, o biogás tem um papel estratégico para garantir essa flexibilidade de ser um gerador de desenvolvimento econômico de extrema importância para descentralizar a economia que está mais alocada nas capitais e mais próximas ao litoral. “Nós somos ferrenhos apoiadores de como o biogás pode se desenvolver, além disso, acredito que o Paraná tem potencial para conseguir ser um expoente na geração de energia e aproveitamento de resíduos para o desenvolvimento econômico”.
“Um dos papéis do LIDE é fomentar o desenvolvimento da livre iniciativa, mas sempre preocupada com o desenvolvimento do meio ambiente. E vamos fomentar que os empresários usem fontes alternativas de energia, para aumentarmos a competitividade e ampliarmos a nossa rede” destaca a anfitriã do encontro, a presidente do LIDE Paraná – Heloisa Garrett.
Fonte: Compagas / Comunicação
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