A Prumo Logística, empresa controlada pelo fundo EIG Global Energy Partners e que controla o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ) acompanha com atenção os desdobramentos da Nova Lei do Gás, para aumentar seus investimentos no setor. O presidente da companhia, Tadeu Fraga, destaca, contudo, que a empresa também tem planos de entrar no setor de energias renováveis.
“Isso ganhou ênfase dentro dos nossos planos”, comentou, em entrevista ao Valor. Segundo ele, a Prumo monitora oportunidades tanto em solar quanto eólica.
No mercado de gás natural, a empresa investe em um projeto termelétrico junto com a BP, Simens e sua nova sócia, a chinesa State Power Investment Corporation, que, por meio da subsidiária Spic Brasil, anunciou nesta segunda-feira (10) a compra de 33% do complexo de geração a gás do Açu.
O projeto prevê a construção de quatro térmicas, que somam 6,4 gigawatts (GW) de capacidade instalada, sendo que duas delas (GNA I e GNA II, de 3 GW) já estão contratadas. Um terminal para importação de gás natural liquefeito (GNL) também está sendo construído no porto, para abastecer as usinas.
Hub de gás
Segundo Fraga, contudo, a intenção da Prumo é consolidar o Açu como um hub de gás e investir, num segundo momento, também em unidades de processamento de gás, estocagem de GNL e gasodutos. Os investimentos nesse segundo ciclo de projetos de gás seriam superiores a R$ 10 bilhões.
“Isso se insere muito bem dentro da abertura do mercado de gás no Brasil”, disse Fraga, em defesa da aprovação da Nova Lei do Gás. “Nosso papel é desenvolver infraestrutura para prestar serviços à cadeia de valor do gás. Quanto mais competitivo for o gás no Brasil, mais projetos”, comentou.
Dentre os principais pontos da nova legislação, em tramitação no Congresso, está a mudança no regime de outorga para construção de novos gasodutos, do modelo de concessão para o de partilha. Isso afeta diretamente a Prumo, já que o terminal de GNL do Açu ainda precisa ser conectado à malha integrada de gasodutos.
Segundo Fraga, a empresa mantém conversas com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e com a Transportadora Associada de Gás (TAG) e Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para avaliar qual a melhor solução para a futura conexão. Enquanto essa conexão não vinga, o executivo explica que a Prumo cogita antecipar a entrega desse gás importado para eventuais consumidores por meio de caminhões.
“Essas soluções [modal dutoviário e rodoviário] não são excludentes”, disse o presidente da Prumo, que negocia com mais de um potencial interessado no transporte rodoviário de GNL.
A Prumo, segundo ele, conversa também com os produtores de gás sobre o desenvolvimento de um gasoduto de escoamento das reservas do pré-sal até o Açu. “O Açu é uma das possíveis locações de destino de um gasoduto offshore que traga o gás do pré-sal e estamos trabalhando ativamente para que isso se materialize”, comentou.
Segundo Fraga, a Prumo está aberta, inclusive, a entrar com investimento na nova rota. A empresa, contudo, aguarda a definição do modelo de negócios que os produtores do pré-sal estão discutindo.
A Petrobras está, neste momento, em negociação com seus sócios no pré-sal (Shell, Galp e Repsol) para criação de uma empresa que reúna todos os gasodutos offshore do país numa só companhia e cogita abrir, posteriormente, o capital dessa empresa na bolsa.
Fonte: Valor Online
Related Posts
Comitê de Monitoramento do Gás elege transporte como prioridade na agenda
O governo pretende colocar o bloco na rua, com as primeiras entregas da agenda de trabalho do novo decreto da Lei do Gás. Passado o carnaval, a EPE espera lançar, em março, a consulta pública sobre a...
Prumo estuda incluir terceira termelétrica em leilão de segurança energética
O presidente da Prumo Logística, Rogério Zampronha, disse que a subsidiária de energia do grupo, a Gás Natural Açu (GNA), avalia colocar uma terceira termelétrica de pé, por meio do leilão de reserva de...