Os contratos futuros do petróleo fecharam a sessão da sexta (18) sem direção única, depois de oscilarem ao longo da sessão, com os investidores divididos entre notícias conflitantes para os fundamentos da commodity.
Por um lado, os preços foram pressionados pela notícia de que o general líbio Khalifa Haftar – que comanda grandes áreas do leste do país – voltou a prometer que suas tropas permitirão o retorno da produção de petróleo local, encerrando assim oito meses de bloqueio. Por outro, os preços receberam suporte do compromisso da Opep em cumprir os cortes de produção e de dados que indicam uma queda nos estoques americanos da commodity.
O contrato do petróleo Brent para novembro fechou em queda de 0,34%, a US$ 43,15 por barril na ICE, em Londres, enquanto o do WTI para outubro encerrou em alta de 0,34%, a US$ 41,11 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York.
O fim do bloqueio na Líbia, em teoria, devolveria ao mercado aproximadamente 900 mil barris por dia ao mercado internacional, com base na capacidade do país antes da guerra civil interromper o fornecimento. Isso jogaria os preços para baixo diante do aumento súbito na oferta enquanto a demanda ainda se recupera lentamente em meio à pandemia. No entanto, a promessa de Haftar não é exatamente uma novidade e analistas consideram ser passível de idas e vindas.
Os estoques americanos de petróleo, por outro lado, caíram em 4,4 milhões de barris na semana encerrada no último dia 11, para 496 milhões de barris no total, com a queda superando a expectativa dos analistas e dandosuporte aos preços.
O ministro da Energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, disse também que aqueles que apostam em uma nova queda dos preços do petróleo se darão mal. “Qualquer um que pensa que vai receber uma palavra minha sobre o que faremos a seguir está absolutamente vivendo em La La Land … Vou garantir que quem apostar neste mercado vai se prejudicar como o inferno”, disse o príncipe Abdulaziz uma entrevista coletiva quando questionado sobre os próximos passos da Opep+.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros produtores da Opep+ estão cortando 7,7 milhões de barris por dia na produção e o grupo destacou em reunião na quinta-feira que tomará medidas contra os membros que não cumpram o acordo.
“A produção de petróleo da Opep aumentou drasticamente em agosto devido às cotas de produção mais altas. No entanto, se as preocupações persistirem sobre a demanda global de petróleo, que foi longamente discutida na reunião de ontem, suspeitamos que a Opep pode decidir estender ou até mesmo aprofundar seus atuais cortes de produção ainda este ano”, escreveu em relatório o economista de commodities da Capital Economics, Samuel Burman.
Fonte: Valor Online
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