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Setor de gás natural sente efeitos da pandemia e recua 25,4% em maio ante 2019

Os segmentos industrial e de GNV apresentaram recuperação em relação a abril, mas a retração na comparação com o mesmo período do ano anterior ainda é expressiva.

Acusando os efeitos da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), o consumo total de gás natural no Brasil registrou em maio uma retração de 25,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume caiu de 54,4 milhões de metros cúbicos/dia em maio de 2019 para 40,6 milhões de metros cúbicos/dia em maio de 2020. Na comparação com abril, a queda foi 0,9%.

Segmento que usa gás mais intensivamente, o mercado industrial registrou queda de 24% em relação a maio de 2019 — de 28,7 (maio/19) para 21,8 milhões de metros cúbicos/dia (maio/20). No mesmo período, a termogeração teve variação negativa de 24,9%, caindo de 13,9 para 10,4 milhões de metros cúbicos/dia.

O comércio foi o que sofreu o maior impacto na demanda, com recuo de 63,9% em maio relação ao mesmo mês do ano anterior. O segmento residencial, por outro lado, teve crescimento de 26,8% no confronto de 12 meses.

“A pandemia causou uma queda na demanda de gás natural sem paralelo desde 2005, quando a Abegás começou a fazer esse levantamento com as distribuidoras em todo o País. Pelo segundo mês consecutivo, a redução é de 25%, mas, pelo menos, na comparação com abril, os dois segmentos não térmicos de maior consumo –- o industrial e o de GNV — apresentaram um certo nível de recuperação: alta de 12,8% e 8,1%, respectivamente. O comércio, porém, segue duramente afetado, caindo 36,5% em maio ante abril”, analisa o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.

“Ainda não temos os números de junho consolidados, mas os indicativos preliminares mostram que a crise continua. Além da redução de consumo, a inadimplência é um fator que nos preocupa bastante. E essa é uma crise que afeta toda a cadeia de gás natural, uma vez que as concessionárias atuam como arrecadadoras de todo o sistema e, em média, ficam com apenas 17% da tarifa, que corresponde à remuneração pela prestação de serviços, manutenção dos ativos e investimentos em expansão de rede. Todos os 83% restantes são para pagar o supridor da molécula, o transporte nos gasodutos e os tributos. Ou seja, é uma crise que afeta a todos”, explica o presidente executivo da Abegás.

“Seguimos em tratativas com o Ministério de Minas e Energia no sentido de obter uma solução que atenue a crise e ajude o setor na travessia desse momento difícil. Nas nossas estimativas, é preciso um fundo de R$ 3 bilhões. A solução para o setor elétrico já foi encontrada e é necessário agilidade para resolver certos entraves para facilitar empréstimos bancários que evitem que o setor seja desestruturado. O setor de gás natural será fundamental para o processo de recuperação da economia”, diz Salomon.

O número de unidades consumidoras de gás natural já ultrapassa 3,7 milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.

 

Consumo em maio/20 em todos os segmentos*

Industrial — Retraiu 24%. Na comparação com o mês anterior, teve recuperação de 12,8%.

Automotivo — Recuou 40,3%, em função da mobilidade ainda reduzida em virtude da pandemia. Na comparação com o mês anterior, alta de 8,1%.

Comercial — Retraiu 63,9%. Na comparação com o mês anterior, queda de 36,5%.

Residencial — Cresceu 26,8%, resultado das mudanças de comportamento dos consumidores em virtude do distanciamento social. Na comparação com o mês anterior, alta de 8,60%

Cogeração — Baixou 36,7%. Na comparação com o mês anterior, queda de 25,8%.

Geração elétrica — Apresentou retração de 24,9%, não só pela redução da atividade econômica devido à pandemia, mas também em função da sazonalidade. Na comparação com o mês anterior, queda de 16,5%.

*Comparado a maio de 2019.

 

Destaques do consumo nas regiões: abril/20*

O destaque positivo foi o crescimento no segmento residencial.

A alta foi de 28% no Sudeste, 20,8% no Sul, 14,6% no Centro-Oeste e 11,2% no Nordeste

* Comparado a maio de 2019

 

Fonte: Comunicação ABEGÁS

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