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Setor de gás natural sente efeitos da pandemia e recua 7,1% no 1º semestre

Demanda residencial subiu 18% na comparação com 1º semestre de 2019; maioria de segmentos apresentou recuperação em junho em relação a maio.

O consumo total de gás natural no Brasil registrou na média acumulada do primeiro semestre uma retração de 7,1% na comparação com o acumulado do mesmo período de 2019.

O volume caiu de 57,98 milhões de metros cúbicos/dia nos seis meses iniciais para 53,89 milhões de metros cúbicos/dia no primeiro semestre de 2020. Em junho, o consumo total registrou 51,25 milhões de metros cúbicos/dia, alta de 21,1% em comparação com maio. Os dados fazem parte de levantamento estatístico mensal da Abegás com distribuidoras de todo o País.

Na comparação semestral, apenas dois segmentos tiveram crescimento: residencial (18,1%) e geração elétrica (12,1%).  Já o mercado industrial registrou retração de 15% em relação a 2019 – de 28,32 milhões de metros cúbicos/dia (1º semestre/2019) para 24,08 milhões de metros cúbicos/dia (1º semestre/2020). Os segmentos automotivo e comercial sofreram recuo significativo, de 22,9% e 26%, respectivamente. O de cogeração também sentiu: baixa de 18,8%.

“A pandemia teve um impacto significativo na demanda de gás natural, que só não parece mais significativo porque houve um crescimento de 12% da geração elétrica no período. E o volume termelétrico é expressivo e tem peso na média. Mas outro setor que consome gás intensivamente, o industrial, chegou a ter uma redução acima de 30% em abril, que foi o mês mais crítico, como reflexo da queda brutal da atividade econômica no País”, analisa o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.

“Nossa expectativa é que o País, nesse momento de intenso debate sobre o projeto de lei 640713, perceba a importância de adotar medidas mais assertivas para desenvolver as riquezas do gás do Pré-Sal e da Região Amazônica. É indispensável que se dê um sinal econômico claro para impulsionar a construção de infraestrutura essencial para levar o gás até os centros de consumo, novos e potenciais. As termelétricas a gás inflexíveis são a melhor alternativa para acelerar o incremento da produção nacional, propiciando mais concorrência na oferta, e, ao mesmo tempo, interiorizando o gás, gerando empregos e royalties para Estados e Municípios. Esperamos que o Congresso tenha sensibilidade para não desperdiçar essa janela de oportunidade”, diz Salomon.

O número de unidades consumidoras de gás natural já ultrapassa 3,7 milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.

 

Consumo em 1º semestre/20 e junho em todos os segmentos

Industrial — Retraiu 15% no 1º semestre frente ao mesmo período em 2019. Na comparação de junho com maio, teve recuperação de 8%.

Automotivo — Recuou 22,9% no 1º semestre frente ao mesmo período em 2019, em função da mobilidade reduzida em virtude da pandemia. Na comparação de junho com o mês de maio, alta de 18%.

Comercial — Retraiu 26% no 1º semestre frente ao mesmo período em 2019. Na comparação de junho com o mês de maio, alta de 17,7%.

Residencial — Cresceu 18,4%% no 1º semestre frente ao mesmo período em 2019. O desempenho é resultado das mudanças de comportamento dos consumidores em virtude do distanciamento social. Na comparação com o mês anterior, alta de 4%

Cogeração — Retração de 18,8% no 1º semestre frente ao mesmo período em 2019. Na comparação de junho com maio, alta de 6%.

Geração elétrica — Subiu 12,1% no 1º semestre frente ao mesmo período em 2019, em função do aumento da demanda por energia no início do ano e a retomada parcial das atividades comerciais em virtude da flexibilização da quarentena. Na comparação de junho com maio, alta de 58,7%.

 

Destaques do consumo nas regiões: semestre/20

O destaque positivo foi o crescimento no segmento residencial.

Em comparação com o 1º semestre de 2019, a alta foi de 18,8% no Sudeste, 16,6% no Sul, 14,1% no Centro-Oeste e 12,3% no Nordeste.

 

Fonte: Comunicação ABEGÁS

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