Sou formada em engenharia mecânica e de produção e funcionária concursada da Petrobras. A Petrobras tem participação acionária na Bahiagás por meio da Gaspetro.
Comecei minha vida profissional na Petrobras em 2001, na recém criada Diretoria de Gás, e atuei na área comercial tanto diretamente com as Companhias Distribuidoras de Gás como na negociação do gás da Bolívia. No ano de 2014 fui convidada a migrar para o setor de distribuição em função de aposentadoria do colega que estava à frente da Diretoria Técnica e Comercial.
Em função desta experiência, quando situação similar de aposentadoria aconteceu na Bahiagás em julho de 2017, fui novamente convocada para essa nova missão. Uma grande honra.
Entendo que a formação acadêmica e profissional compatível com as exigências do cargo devem ser os principais critérios para a seleção, sempre! Na Bahiagás, o time conta com várias mulheres que são fonte de inspiração diária. Eu brinco que, se numericamente ainda estamos em desvantagem, nem parece porque nos doamos para fazer com que a nossa presença faça a diferença.
Ainda há muitos desafios a superar, para que a participação feminina na indústria de gás natural seja ainda mais expressiva, mas a evolução da presença de mulheres no setor é notável, seja numericamente, seja do ponto de vista de destaque em atuação.
Na minha visão, a pluralidade no ambiente corporativo traz uma maior conexão do microcosmo que é a empresa com o ambiente no qual ela está inserida, ambiente no qual estão os clientes, o mercado em geral, a cidade, o estado e, finalmente, o mundo. A conexão entre o que acontece dentro da empresa com o que acontece fora é importante para a sustentabilidade dos negócios em médio e longo prazos.
Na indústria de gás natural do Brasil, sem dúvida, o respeito e reconhecimento às colaborações trazidas pelas mulheres – pela junção entre a formação necessária e o olhar feminino – no ambiente de negócios cresceu muito nos últimos anos.
A presença de mulheres em posição de destaque acontece há alguns anos, e estamos falando de uma indústria relativamente jovem. Tivemos a Fátima Valéria como Diretora da Gaspetro por muitos anos, a Graça Foster como diretora de Gás e posteriormente presidente da Petrobras, a Angélica Laureano que ocupou várias posições de liderança e estratégicas na área de gás na Petrobras e foi presidente da Gaspetro.
A Larissa Dantas, presidente da Potigás, que criou talvez o grupo mais plural de WhatsApp de troca de conhecimento e ideias, com várias pessoas e líderes do setor. São cerca de 200 pessoas no grupo.
A Mitsui Gás e Energia do Brasil – acionista de muitas distribuidoras no Brasil – que teve a Ângela Fernandes à frente de áreas técnicas e nomeou mulheres para diretorias administrativas e financeiras nos últimos anos – Taciana Amaral (PBGÁS) e Eliana Bandeira (Potigás).
São vários exemplos de mulheres que desbravaram e prepararam o terreno no qual hoje podemos atuar com muito mais legitimidade.
O mercado de gás natural no Brasil passa por um momento muito especial de mudança de marcos regulatórios, abertura de mercado com a chegada de novas empresas, forte tendência de um crescimento significativo. O gás é considerado o combustível da transição da era dos fósseis para a era das novas fontes e estar presente neste momento é fazer parte da história.
Mulheres, apenas venham! Vamos ajudar a construir juntas esse novo mundo que tanto sonhamos!
*Gabriela Duarte é formada em Engenharia Mecânica e de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Tem MBA em Economia e Gestão de Energia pelo Instituto COPPEAD de Administração, e diversos treinamentos no exterior, inclusive na Oxford Princeton, na Inglaterra. Começou sua carreira na Gerência Comercial da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, em 2000, e é funcionária da Petrobras desde 2001.