A guerra entre Rússia e Ucrânia mudou a dinâmica do mercado internacional de combustíveis. A escassez de oferta tirou de cena os pequenos importadores no Brasil, e até mesmo as grandes empresas sentem a redução de oferta de produtos, especialmente no segmento de óleo diesel. “A Europa está pegando diesel do mundo todo. Mais de 50% do diesel consumido na Europa tem origem russa, temos no momento um problema seriíssimo de abastecimento de diesel”, disse Ostanello. A maioria do diesel importado pelo Brasil vem do Golfo do México, que com a guerra tem destinado o combustível para a Europa e cobrado um prêmio alto por isso. Ostanello afirmou que há cerca de 15 dias o diesel estava com desconto, mas, com a guerra, o setor passou a cobrar um prêmio de US$ 0,30 acima do preço. “O galão de diesel que estava US$ 3,20 agora está entre US$ 3,50 e US$ 3,60”, disse o executivo.
Para o Brasil, a notícia é pior, levando em conta que a safra da cana, que movimenta bilhões de litros de diesel todo ano, começa no final de março e entra por abril. Mesmo com os recentes incentivos anunciados pelo governo para o diesel, como isenção de impostos federais e mudanças no ICMS, o preço deve permanecer alto para os caminhoneiros brasileiros, que já começam a se movimentar para uma possível greve, a exemplo do que ocorreu em 2018. “Na minha opinião essa situação da importação vai se agravar. O Brasil precisa importar 25% da demanda, e a Petrobras deixou o preço tão defasado no passado recente, que ninguém tinha coragem de trazer de fora, nem a própria Petrobras trouxe (diesel)”, explicou Ostanello, informando que a defasagem do diesel chegou a R$ 2,50 antes do aumento anunciado pela estatal no último dia 11, o que impediu a formação de estoques.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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