A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), rede de gasodutos responsável pelo transporte de 50% do gás natural consumido no Brasil, vai investir R$ 12 bilhões em novos projetos nos próximos oito anos. Desse valor, cerca de 70% serão concentrados no Rio de Janeiro. A estratégia da NTS — que conta com mais de dois mil quilômetros de gasoduto ligando os estados do Rio, Minas Gerais e São Paulo — é ampliar a capacidade de sua rede de transporte e investir em ativos de estocagem de gás natural liquefeito (GNL, em estado líquido), como forma de promover integração entre os setores de gás e elétrico. A NTS é hoje controlada por Broookfield e Itaúsa, que pagaram mais de R$ 28 bilhões (com base na cotação atual do dólar) pelo ativo, que pertencia à Petrobras. A estatal se desfez totalmente da empresa em abril de 2021. De acordo com Erick Pettendorfer, CEO da NTS, o plano de investimento se baseia na perspectiva de aumento da produção de gás dos campos do pré-sal e da redução de gás vindo da Bolívia através do gasoduto entre os dois países. “Temos as rotas do pré-sal que estão em desenvolvimento. A estratégia é monetizar esse gás. Por isso, vamos duplicar nossa capacidade de transporte nos gasodutos. Há um apetite para crescer de forma sustentável, com uma malha que integre todas as fontes de suprimento, permitindo assim a segurança de abastecimento do sistema brasileiro”, afirmou Pettendorfer.
O investimento de R$ 12 bilhões será dividido em fases. A primeira etapa inclui a construção de uma estação de compressão de gás em Japeri, na Região Metropolitana do Rio. Em seguida, vai ocorrer a duplicação de um eixo de 300 quilômetros de gasoduto entre Rio e São Paulo. Em paralelo, explicou Pettendorfer, serão desenvolvidos projetos de gás liquefeito (GNL) no Rio de Janeiro. A NTS também pretende finalizar no primeiro trimestre de 2023 o Gasoduto Itaboraí-Guapimirim (Gasig), que está consumindo investimentos de R$ 230 milhões. O Gasig, originalmente concebido pela Petrobras há mais de dez anos, tem 11 quilômetros e ligará o antigo Comperj (hoje GasLub, em Itaboraí, também na Região Metropolitana do Rio) à malha nacional. Porém, a Petrobras ainda precisa concluir as obras no Comperj para permitir que o gás do pré-sal seja utilizado através da chamada Rota 3.
Além disso, a NTS submeteu à Agência Nacional do Petróleo (ANP) um plano de abertura da capacidade de transporte em sua malha, que vai disponibilizar pelo menos 12 milhões de metros cúbicos por dia para o acesso das petroleiras que atuam no pré-sal. “Negociamos com a Petrobras aditivos que liberam espaço nos gasodutos. E vamos fazer essa chamada pública. Por isso, submetemos esse pedido para a ANP. Queremos incrementar a oferta de gás e usar o GNL somente para algumas ocasiões”, disse ele.
Fonte: O Globo