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ANP deveria mediar tensão entre MME e Petrobras sobre gás, sugerem grandes consumidores de energia

A Abrace defende que a tensão entre o MME e a Petrobras sobre a oferta de gás para a indústria nacional deva ser mediada pela ANP. Nesta quinta (15), o ministro Alexandre Silveira acusou o comando da Petrobras de negligência e desdém com a política de gás. O ministro disse ainda que “há distorções inexplicáveis” na atuação da companhia, “inclusive do ponto de vista ético e moral”.

A fala foi uma reação às recentes declarações do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates de que não haveria gás sobrando no país. Hoje, o Brasil reinjeta cerca de 40% do insumo, o que reduz a oferta para o setor industrial.

Na visão do presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, o Brasil tem um potencial gigantesco de gás no futuro, mas por assimetria de informações, não é possível saber se realmente há ou não gás disponível e que poderia deixar de ser reinjetado. Segundo ele, a ANP deveria fiscalizar este processo e tomar as devidas decisões.

“Achamos que esta discussão deveria se deslocar para a ANP, que existe — entre outras coisas — para definir se a empresa Petrobras está tendo uma estratégia que diminua o resultado para a União na produção de óleo ou de gás”, diz Pedrosa.

A Abrace sempre defendeu que a melhor política é de investimentos em produção, gasoduto de escoamento, unidade de processamento e disponibilizar o gás no sistema. Ele entende que o Brasil tem potencial de triplicar a oferta de gás no Brasil.

O dirigente também defende abertamente que para garantir que o cenário atual mude é preciso de um ambiente mais concorrencial tendo na ponta inicial mais produtores colocando gás no mercado e na outra ponta muitos consumidores comprando gás livremente. Ele sugere ainda que o governo organize leilões, como os feitos pelo setor elétrico, para venda de contratos de longo prazo do gás.

“O ministério, como formulador de política, tem uma posição diferente da Petrobras, que é um agente de mercado e tem um conjunto de estratégias comerciais. É saudável que este diálogo, apesar de intenso, esteja acontecendo”, diz.

O fato é que o fornecimento de gás natural para aumentar a competitividade da atividade industrial no Brasil tem sido uma bandeira do ministro, principalmente depois do lançamento do programa Gás para Empregar, mas tem encontrado resistência do presidente da estatal, Jean Paul Prates. Procurada, a ANP disse que não irá comentar.

Fonte: Valor Online

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