A oferta de gás natural do país, ponto principal das divergências entre o MME e a Petrobras, deve aumentar entre 2024 e 2028, de acordo com relatório do UBS BB. Três grandes projetos devem começar a operar nesse período, “aumentando significativamente o fornecimento de gás natural e reduzindo a dependência de importação”.
Entre os destaques de projetos citados pelo banco estão: Rota 3, que começa a operar em 2024; Pão de Açúcar, em 2028; e Sergipe-Alagoas, também em 2028. Já Bacalhau, esperado para 2028, e Gato do Mato, para 2031, devem promover um aumento de ofertas mais adiante, diz o relatório. “A Petrobras, mantendo seu posicionamento dominante no fornecimento, poderá se manter como principal benchmark de preços para o setor”, diz o documento assinado pelos analistas Luiz Carvalho, Tasso Vasconcellos e Matheus Enfeldt.
“Com base em contratos assinados recentemente, estimamos o preço da molécula a longo prazo em US$ 9 a US$ 10/MMbtu [milhões de BTU]. Em todo o país, há contratos programados para expirar até o final do ano, implicando algum potencial de upside se a empresa conseguir renovar condições no mercado.
Uma ‘nova onda’ de contratos expirará no início da década de 2030, quando vários novos projetos de gás natural estão programados para operar no país, provavelmente levando a preços mais baixos no período.”
De acordo com o banco, a grande aposta fica para os projetos de fornecimento que ainda não começaram a operar. “Mais de 40% do abastecimento interno até o final de década pode vir de projetos que não estão produzindo atualmente, indicando força da indústria, potencialmente eliminando a necessidade de importações, compensando o risco de escassez da Bolívia. Com participações em grandes empresas de distribuição de gás natural no Brasil, a Compass poderia se beneficiar de uma maior penetração de gás natural, enquanto também se torna um importante fornecedor independente.”
No contexto de América Latina, a Argentina é o país com maior probabilidade de se tornar o principal exportador de gás natural na América Latina, enquanto a Bolívia, que atualmente é o principal fornecedor da região, enfrenta desafios para interromper o declínio da produção.
“Sem novas descobertas, no final da década, a produção do país deve sustentar apenas a demanda interna. A Colômbia continua a sofrer com taxas decrescentes, que tem de compensar; caso contrário, o país pode precisar aumentar as importações até o final da década. Na Venezuela, o gás natural ainda pouco explorado pode se tornar tão significativo quanto seus recursos de petróleo, embora a falta de terceiros interessados em contar com seu fornecimento impõem sérios desafios.
Fonte: Valor Online
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