A confirmação do economista desenvolvimentista Marcio Pochmann para comandar o IBGE é mais do que um caso pontual. Integra, na verdade, um pacote da ala mais à esquerda do PT que batalha junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais espaço do partido em postos econômicos. Gente de peso e influente junto ao governo quer indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para ser diretor-presidente da Vale – o que precisaria ser negociado junto ao conselho de administração da empresa – e, ainda, promover mudanças o quanto antes na diretoria da Petrobras.
No caso da Petrobras, fontes do Palácio do Planalto asseguram que Lula não está nem um pouco satisfeito com o presidente da estatal, Jean Paul Prates. Na avaliação do petista, Prates, ex-senador da sigla, foi “capturado pelos interesses do mercado financeiro”, segundo fontes, e não ajuda com vigor na missão de utilizar as estatais a serviço do desenvolvimento nacional – uma tônica da lógica desenvolvimentista do PT. Além disso, existe a avaliação de que Prates não dá espaço para nomes da sigla em postos de relevância da companhia. O presidente da estatal ainda está em rota de colisão com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O combo, diz um petista, corrobora a tese de que Lula pode autorizar mudanças na Petrobras. Por ora, Jean Paul Prates está a salvo, mas o dirigente da empresa pode ter de dar abrigo a indicações do PT e de Alexandre Silveira, se assim o presidente mandar.
Fonte: O Estado de S.Paulo / coluna do Estadão