O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, rebateu um relato do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 31, em que teriam discutido estratégias para os preços dos combustíveis. A declaração é mais um episódio de estresse entre os dois. Silveira disse que a diretoria da Petrobras informou ao governo que faria reajustes “se houvesse um aumento maior de preços (do petróleo e derivados)”. A informação foi negada por Prates.
“Em nenhum momento o presidente Lula se dirigiu ao presidente da Petrobras (Jean Paul Prates) para falar sobre segurar preços. O que eles falaram é que estava no limite do preço marginal e, se houvesse um aumento maior de preços (do petróleo e derivados), faria o aumento aqui”, afirmou Silveira. Segundo o presidente da Petrobras, a reunião tratou de assuntos relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no que tange projetos da Petrobras, e para esclarecer pastas, como a Casa Civil, a esse respeito. “Todos sabem perfeitamente que em momento nenhum foi tratado de preços, em momento nenhum foi falada essa palavra na reunião (com Lula)”, disse Prates.
Segundo ele, o tema foi tratado em outro fórum, mas em reunião fechada do Conselho de Administração. Ele reclamou do “vazamento” do ministro. “Esse tipo de informação já não deveria ser objeto de discussão externa à empresa”, disse. Prates disse que a diretoria da Petrobras está “atentíssima” à questão dos preços e “não está sendo leniente em momento algum”. “Esse assunto não é trivial. O intervalo em que estamos operando é seguro para cada um dos produtos”, afirmou.
Segundo Prates, a Petrobras trabalha com uma banda cujo teto é o preço alternativo ao cliente (concorrentes) e o piso é o preço marginal da Petrobras. “O preço pode tocar no teto da banda. Em algum dia, estava no limite; hoje, pode não estar mais nesse limite. É uma faixa dentro da qual a gente trabalha. O que não é normal é alguém do Conselho ficar falando disso para fora (da empresa)”, disse Prates, novamente criticando o ministro e seus interlocutores da alta administração da Petrobras.
Fonte: Broadcast / Ag.Estado