A ZEG Biogás e a gestora de aterros sanitários Multilixo deram partida na primeira planta de purificação de biogás 100% “offgrid” – fora da rede elétrica. O gás extraído do aterro sanitário de Jambeiro (SP) e purificado para comercialização também será utilizado para a geração de energia a ser empregada no processo, dispensando o uso da rede elétrica. Com um investimento de R$ 40 milhões e idealizada pelo grupo Multilixo, a unidade, que acaba de iniciar operação comercial, será capaz de fornecer, nesta primeira fase, mais de 10 milhões de metros cúbicos de biometano por ano. À ZEG Biogás coube a engenharia e a implantação da usina, além dos serviços de operação, manutenção e comercialização do biometano. A Multilixo entra com o biogás e o investimento na planta, para ser 100% dona do ativo.
O mercado de biometano está em ascensão por causa de empresas que buscam descarbonizar operações por meio de combustíveis renováveis. A purificação do biogás evita a emissão de gás carbônico para a atmosfera e o resultado do processamento é o metano, mesmo componente do gás fóssil. “O projeto ficou mais bonito porque ele é propriamente de economia circular, não depende de nada externo e é 100% renovável. Faltava completar o portfólio para fechar o ciclo da energia circular”, disse Lucas Urias, gerente de Novos Negócios da Multilixo. A planta está em operação há três meses e hoje já se aproxima do pico de produção, que é da ordem de 900 mil m3 por mês na primeira fase (ou 30 mil m3 /dia). O modelo permite ainda a geração de créditos de carbono relativos a 170 mil toneladas de CO2. A Multilixo extrai do aterro em Jambeiro cerca de 2.500 m3 por hora de biogás, que é destinado para a purificação pela planta instalada em parceria com a ZEG Biogás. Outros 500 m3 por hora são direcionados para uma geradora a gás de 1,2 megawatt (MW) de capacidade instalada, que alimenta o processamento.
O biometano é considerado adequado para fins comerciais quando possui grau de pureza acima de 95%, segundo regras da(AN). A entrega do biometano para os clientes será feita por meio de carretas, contratadas de um parceiro distribuidor, a fim de atender a um universo industrial e de transportes localizado na região de São José dos Campos (SP). Os potenciais clientes incluem fábricas que buscam substituir combustíveis fósseis nos processos Leia também: ‘Pior que está tudo documentado’, disse Mauro Cid a advogado de Bolsonaro sobre joias, segundo site Na batalha pelo lucro, presidente da CNN Brasil enxuga estrutura e fecha acordo pioneiro com Google produtivos. Também envolve transportadoras que querem substituir o óleo diesel dos veículos pesados por gás natural.
A demanda pelo biometano, conta Daniel Rossi, presidente do conselho de administração da ZEG Biogás, está muito elevada e as duas empresas já pensam na expansão do aterro, de olho nas fases seguintes do projeto. “O mercado, hoje, é ávido pela produção do biometano. Toda nossa capacidade de produção é absorvida pelo mercado e todos os dias recebemos demandas de clientes pelo nosso produto”, disse Rossi. Urias, da Multilixo, salientou que a empresa tem plano de aumentar em 20% a capacidade de produção de biogás, diante de um potencial aumento de entrada de resíduos. Além disso, a empresa estuda implementar mais uma usina de processamento de biogás. A unidade seria instalada em um aterro localizado na região de Campinas. Para Rossi, o primeiro movimento natural da iniciativa é atender à grande indústria. Até porque, segundo ele, a ZEG Biogás tem a Vibra Energia como principal acionista, com sua rede de postos e sua capacidade de distribuição.
O segundo movimento, que está sendo discutido com a Vibra, é começar o processo de descentralização da distribuição do biometano. “É entender ou fazer postos dedicados a abastecer frotistas que estão fazendo renovação ou conversão de caminhões para o gás. Esse é o modelo que a gente mais gosta, porque tira CO2 da atmosfera na veia”, afirmou Rossi. No planejamento estratégico, a ZEG Biogás deverá desembolsar R$ 2 bilhões em investimentos num período de até cinco anos.
Fonte: Valor Econômico
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