A Petrobras fechou contratos de suprimento de gás natural com a paranaense Compagas de aproximadamente R$ 6,4 bilhões, adiantou a distribuidora do insumo à Reuters. Controlada pela Copel, a Compagas adicionou que os contratos foram resultados de uma chamada pública realizada por ela no primeiro trimestre e têm vigência de 2024 até 2034.
O CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr, destacou que os novos contratos preveem uma redução de cerca de 10% no valor da molécula já a partir de janeiro do próximo ano em relação aos contratos atuais da companhia. “Com essa redução sendo transferida para a tarifa, daremos maior competitividade ao gás natural para nossos usuários, em especial para a indústria”, disse Lamastra Jr em nota.
Além do maior prazo e do menor preço do gás, também foram negociadas condições que deixam os contratos com maior diversificação de indexadores, afirmou a distribuidora. Com os novos acertos, cerca de 20% da carteira de suprimento da Compagas passa ser indexada ao Henry Hub, utilizado como referência no mercado de gás nos Estados Unidos.
“Mesmo em caráter inovador, essa foi uma oportunidade que vislumbramos de reduzir a volatilidade dos contratos frente às variações impostas pelas condições macroeconômicas e políticas”, disse Lamastra. A parcela restante da carteira segue com a indexação pelo petróleo tipo Brent e pelo dólar, informou a empresa.
Procurada, a Petrobras não retornou imediatamente ao pedido de comentário. A Compagas tem uma rede de distribuição de mais de 870 quilômetros de extensão e atende clientes dos segmentos industrial, comercial, residencial, veicular e de geração elétrica, instalados em 15 municípios do Estado. Os mais de 54 mil usuários consomem diariamente cerca de 1 milhão de metros cúbicos de gás natural.
Os novos acordos se somam a outros importantes acertos fechados recentemente pela Petrobras, considerando a entrada em operação de projetos que ampliarão a oferta do gás natural a partir de 2024 e 2027 e poderão reduzir os preços do energético.
Em julho, a petroleira fechou contrato de gás com a Comgás, que possui concessão para distribuição de gás natural no Estado de São Paulo, no valor estimado de R$ 56 bilhões. Outros contratos também foram fechados com a SCGÁS, de cerca de R$ 7,6 bilhões, e com a Copergás, de Pernambuco, de aproximadamente R$ 6,7 bilhões. Os novos contratos ocorrem em momento em que a Petrobras vem sendo pressionada pelo governo federal, em especial pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para ampliar a sua oferta, permitindo ainda uma queda de preços no país.
Fonte: Época Negócios / Reuters
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