O projeto GEF Biogás Brasil e a ABiogás lançaram, no último dia (14/11) do 10º Fórum do Biogás, um estudo inédito que mostra a correlação entre produção de biogás, redução de emissões de GEE e geração de empregos. No cenário geral, a pesquisa mostra que o país pode diminuir as emissões em 642 milhões t CO2eq e gerar 798 mil empregos.
Os dados sobre redução de emissões de GEE e de produção de biogás são anuais. Já as informações sobre geração de empregos diretos, indiretos e induzidos são relacionadas ao cenário de alcance do potencial total de biogás no Brasil. A pesquisa, apresentada por meio de infográficos, revela dados nacionais, regionais e estaduais. Somente a região Sudeste, por exemplo, tem capacidade de gerar 238 mil empregos e reduzir as emissões em 251 milhões t CO2eq.
Em conversa com jornalistas, o especialista em políticas nacionais do projeto GEF Biogás Brasil e consultor da Unido, Tiago Quintela Giuliani, afirmou que a geração de emprego é o principal destaque. Segundo ele, o estudo vai auxiliar formuladores de políticas públicas ao mostrar a viabilidade do biogás. “Esse é o primeiro exercício, queremos que isso gere novos estudos e queremos aprimorar os dados”, completou.
Outro dado promissor é o potencial total de redução de emissões de CO2 equivalente: em torno de 642 milhões de toneladas poderiam ser evitadas todo ano por meio da produção de biogás. Esse impacto ambiental, em conjunto com a geração de novos empregos em economia verde, poderia ajudar o Brasil a alcançar os ODS.
Além disso, os dados da nova pesquisa oferecem evidências concretas sobre os benefícios da formulação de políticas públicas e de modelos de negócios sustentáveis que incluem o biogás. Com as estimativas, podemos buscar soluções para diversificar a matriz energética brasileira em direção à economia circular. Segundo o assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Gustavo Ramos, a cadeia de valor do biogás e biometano tem uma grande capacidade de geração de trabalho frente aos demais segmentos.
Ramos informou que o estudo é importante para que o governo faça um planejamento em relação às políticas de incentivo de geração de emprego. “Também o próprio setor privado precisa se planejar para saber a demanda por força de trabalho para os próximos anos. Estamos falando de um potencial gigantesco do biogás e biometano, mas também é preciso ter uma força de trabalho capacitada para poder transformar todo esse potencial em produto final”, salientou.
Cabe destacar que o estudo utilizou como ponto de partida dados da ABiogás sobre o potencial teórico de produção de biogás no país. Já as metodologias para o cálculo de geração de emprego e de redução de emissões de GEE foram desenvolvidas pelo projeto GEF Biogás Brasil. O Projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.
Fonte: Energia Hoje
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