A Abegás vê o programa Corredores Sustentáveis, lançado pelo governo do estado do Rio de Janeiro, como um exemplo de política pública adequada para estimular a transição energética com medidas de incentivo à substituição do diesel por gás natural veicular e biometano na matriz de transporte, especialmente em veículos pesados (caminhões e ônibus).
A iniciativa cria o primeiro corredor que permite o abastecimento de caminhões e ônibus trafeguem entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo com gás natural veicular e biometano. O projeto-piloto, coordenado pela Secretaria de Energia e Economia do Mar (Seenemar), acontece na Rodovia Presidente Dutra e já conta com sete postos de combustíveis adaptados para abastecer veículos pesados com gás natural e biometano.
Até o fim do ano, de acordo com a Seenemar, serão 10 postos. Já no Diário Oficial da sexta (24) foi publicado o decreto nº 48.813, em que o Governo do Rio cria o Selo Corredor Sustentável, a ser concedido aos postos que se adaptarem para abastecer veículos pesados com combustíveis de baixo carbono.
Na visão da Abegás, a iniciativa do Secretário de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, vai na direção correta ao criar sinergia entre montadoras, concessionárias de rodovias, postos de combustíveis e distribuidoras de gás canalizado e, entre outras ações, prevê a instalação de bomba de compressão e bico de compressão em postos de combustíveis habilitados para o abastecimento de caminhões na rota entre o Rio de Janeiro e o São Paulo.
O Corredores Sustentáveis vem a se somar a outra iniciativa de Hugo Leal, na condição de deputado federal: o Projeto de Lei Nº 4861/2023, protocolado em outubro na Câmara dos Deputados, com o objetivo de criar uma política de incentivos para estimular o uso de combustíveis com menor emissão de carbono. No entendimento da Abegás, é essencial que a Câmara coloque o PL em sua agenda prioritária.
O setor de transporte é o maior responsável pelas emissões relacionadas com pegada de carbono no país. De acordo com dados do MME, o setor de transportes representa 1/3 do consumo de energia no Brasil e o óleo diesel corresponde a 44% do combustível usado na matriz de transporte.
A substituição de diesel por gás natural pode equivaler a uma redução de 11,5 milhões t/ano de emissões de carbono, enquanto a troca pelo biometano poderia gerar uma redução de 46 milhões t/ano. A adoção do gás natural em veículos pesados, desse modo, pode representar o começo para uma gradual substituição para o biometano, na medida em que aumenta a produção desse energético renovável.
Fonte: Energia Hoje
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