Institutos de pesquisa vêm desenvolvendo projetos que buscam aprimorar, inovar e diversificar a produção e o uso de hidrogênio verde e de baixo carbono. Na USP, uma estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol deve começar a operar no segundo semestre de 2024.
A unidade-piloto é parte de um projeto que conta com R$ 50 milhões de recursos da Shell Brasil e parcerias com Hytron, Raízen, Toyota e Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai, e terá capacidade para produzir 4,5 kg do combustível por hora. A estação atenderá três ônibus que circularão na cidade universitária e um carro Mirai da Toyota, para testar o desempenho do hidrogênio produzido a partir do etanol. A Hytron fornecerá um reformador a vapor desenvolvido e fabricado por ela. No equipamento, o etanol – oriundo da Raízen – será convertido em hidrogênio.
O hidrogênio verde também pode ser produzido a partir de biogás. Entretanto, ainda não há unidades com esse tipo de produção porque a tecnologia para isso ainda não está consolidada, afirma Rafael González, diretor-presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás), uma Instituição de Ciência e Tecnologia com Inovação (ICT+i) dedicada ao desenvolvimento do biogás. “Não basta produzir só a molécula, é necessário transportá-la, entender a forma de consumo, demanda, produção, oferta, onde estão estes interessados e recursos”, comenta.
Ainda segundo González, a produção de H2V a partir do biogás demanda menos carga energética se comparada à eletrólise, menor consumo de água, alta disponibilidade e variedade de substratos no país – o que permite a produção descentralizada – e a conversão de dois gases causadores do efeito estufa (o metano e o dióxido de carbono) em um ativo energético com alto valor agregado. O CIBiogás toca atualmente alguns projetos de hidrogênio verde com diversos parceiros.
Um deles é a busca por uma tecnologia em escala piloto para a produção de combustível de aviação sustentável (SAF) a partir de biogás e H2V, financiado pela Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável. Outro visa demonstrar potenciais técnico e econômico da produção de hidrogênio renovável em estações de tratamento de águas residuais em cooperação com a Sanepar, a estatal de saneamento do Paraná, e coordenado pela Câmara de Indústria e Comércio Brasil-Alemanha – Rio de Janeiro (AHK Rio).
Fonte: Valor Econômico / Suplemento Hidrogênio Verde
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