Mato Grosso do Sul deu um passo importante para o futuro com a regulamentação do uso do biometano. O programa MS Renovável fomento à produção de energia limpa e renovável do Sul. O objetivo de incentivar o uso da nova matriz energética está aliada à meta do governo de se tornar Carbono Neutro em 2030.
Para quem só começou a ouvir agora sobre o biometano, normalmente é traduzido como gás natural produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, como plantas e animais mortos, resíduos de animais, resíduos de cozinha, esgoto, entre outros.
“O biometano é hoje nosso principal potencial de combustível renovável, seja ele extraído da vinhaça nas usinas de cana-de-açúcar ou do tratamento de dejetos da suinocultura e da bovinocultura. Hoje, a utilização dessa matriz energética já é realidade em veículos de transporte de carga”, destacou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação).
A coordenadoria de energia renovável da pasta já levantou os dados de potencial produção de biometano no Estado. Tendo nas usinas uma importante ferramenta para auxiliar no projeto de ampliar o uso do “combustível verde”.
Indústrias como a Adecoagro, que produz o biometano a partir da vinhaça e a JBS em Campo Grande que faz o tratamento de resíduos para gerar energia são exemplos do futuro promissor para Mato Grosso do Sul.
Com as três normativas de regulação publicadas pela AGEMS (Agência Estadual de Regulação) em dezembro, já foi possível garantir segurança jurídica e estimular a produção do biometano no Estado.
“É importante lembrar que o biometano tem as mesmas características do gás natural. Por isso, a MSGÁS que é uma vinculada da Semadesc, lançou edital de compra de biometano e, dentro de sua política de combustível renovável, tem feito um trabalho para que a gente possa incorporar o biometano na tubulação de gás natural. Daí a importância dessa regulamentação da AGEMS”, pontuou Jaime Verruck.
Cenário
Com a produção de apenas 182 milhões de m³ de biometano por ano, em seis locais, os planos são audaciosos para viabilizar o “combustível verde” que tem potencial para substituir gás natural, diesel e a gasolina.
A expectativa no setor é que em 2029 serão 87 usinas de biogás no Brasil, graças ao apelo do carbono zero. Estudo indica que Mato Grosso do Sul é um dos três estados com maior potencial de produção: 4,7 bilhões de m³ até o ano de 2050.
Já o levantamento de mercado do CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis e Biogás) aponta que a produção de biogás, no Brasil, mais que duplicou nos últimos cinco anos. Ao todo, foram produzidos 2,88 bilhões de m³ por ano, para aproveitamento energético, em 2022, um crescimento de 110% em relação aos volumes de 2018.
Fonte: Campo Grande News (MS)