A importação de óleo diesel e de gasolina pelo Brasil no ano passado foi menor do que a verificada em 2022, de acordo com um estudo divulgado pela consultoria StoneX sobre as compras externas dos derivados de petróleo. O Brasil importou 8,8% menos diesel em 2023, na comparação anual, ao mesmo tempo que trouxe de fora 8,2% menos gasolina para atender à demanda interna. Em 2023, o volume importado de diesel acumulou 14,7 milhões de metros cúbicos (m3), o segundo maior valor para a série histórica. Segundo o relatório, assinado pelos analistas Bruno Cordeiro e Isabela Garcia, a queda nas compras externas de diesel reflete fatores como a ampliação da produção de diesel A (sem adição de biodiesel) pelas refinarias e o aumento do percentual de acréscimo de biodiesel, de 10% para 12%. Um dos destaques do diesel foi o mês de dezembro, que verificou o maior volume da série histórica para o mês, com 1,91 milhão de m3. Provavelmente, segundo a consultoria, o motivo foi a antecipação das compras do derivado à reoneração de tributos federais a partir do primeiro dia deste ano, em R$ 0,35 por litro.
A Rússia foi o principal fornecedor do diesel importado pelo Brasil, com volumes que corresponderam a 50,45% do total das compras externas, seguida pelos Estados Unidos (24,47%). O embargo ocidental a produtos russos em contrapartida à invasão na Ucrânia fez com que a Rússia passasse a escoar produtos para outros mercados, encontrando na América Latina uma demanda por derivados, observou a consultoria. “A entrada de diesel russo acabou sendo permitida em meio ao forte desconto de preços praticado frente a outras referências, sendo economicamente mais atrativo internalizar o combustível fornecido pela Rússia.” A StoneX destacou ainda que o Brasil tornou-se o principal destino do diesel russo fora da Europa e o segundo maior comprador do insumo daquele país, atrás apenas da Turquia. Ao mesmo tempo que as compras internacionais tiveram queda, o consumo de diesel B (vendido nas bombas) apresentou expansão acelerada, de acordo com a StoneX. Entre janeiro e novembro do ano passado, as vendas do combustível cresceram 3,4% frente a igual período em 2022, para 60,16 milhões de m3. Esse número foi puxado pelo desempenho econômico positivo e pelo aumento da produção de soja e milho, demandando mais entregas.
No caso da gasolina, as importações totalizaram 4,16 milhões de m3 no ano passado, 8,2% a menos do que o registrado em 2022. Em dezembro, as compras externas foram 80,5% inferiores ao apurado no último mês de 2022. O desempenho, destacou, refletiu a perda de competitividade da gasolina C (vendida nas bombas, com adição de álcool anidro), para o etanol hidratado nas bombas. Os carros flex, cujos motores podem utilizar os dois combustíveis, beneficiam-se do etanol mais barato quando a paridade de preços entre os dois combustíveis situa-se abaixo de 70%.
Fonte: Valor Econômico
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