Projeto de pesquisa cearense para geração de metano sintético após reação de dióxido de carbono (CO2) proveniente de aterro sanitário com hidrogênio verde receberá aporte de R$ 1 milhão do Banco do Nordeste (BNB). O estudo foi aprovado em edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci). A pesquisa será desenvolvida numa parceria da Cegás, autora do projeto, juntamente com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Cegás e Cagece devem aportar, cada uma, outros R$ 300 mil na pesquisa. O projeto tem por finalidade aumentar a produção e aumentar a disponibilidade de gás natural no Ceará. De acordo com a Cegás, além de utilizar o CO2 proveniente de biodigestores dos aterros sanitários, existe a possibilidade de aproveitar o potencial das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Cagece durante o processo de tratamento dos efluentes. Miguel Nery, diretor-presidente da Cegás, revela que a assinatura de contrato e dispêndio de recurso para a pesquisa será realizada em fevereiro. Ele acredita que o projeto “permitirá o desenvolvimento de solução tecnológica que elevará a competitividade do gás natural no estado do Ceará”
O Ceará é analisado como um exemplo para o mercado brasileiro de gás ao ser o primeiro estado a injetar biometano nos gasodutos, lembra a presidente executiva da Abiogás, Renata Isfer. Atualmente, cerca de 15% do gás natural da empresa é composto de biometano adquirido da GNR Fortaleza, que atua no aterro sanitário de Caucaia. Ela pontua que a partir da experiência do Ceará, o mercado tem crescido e o combustível que mais avançou na utilização foi o biogás de biometano. Atualmente, existem seis plantas de biometano certificadas pela ANP. A capacidade de produção de 417,1 mil m³/dia de biometano pode ser incrementada com a instalação de 15 novas plantas, num incremento de 544,9 mil m³/dia. Até 2029, a Abiogás projeta 90 plantas autorizadas. “A partir do momento em que a ANP terminar o processo de aprovação, vamos multiplicar por quatro o número de plantas de biometano em atividade no Brasil esse “boom” está chegando”, pontua.
O diretor técnico-comercial da Abegás, Marcelo Mendonça, destaca que a injeção de biometano no sistema canalizado das distribuidoras é tratado com grande interesse. O setor busca liderar no papel ambiental de descarbonização na cadeia de energia brasileira, uma vez que o gás natural é uma fonte mais limpa do que outras de origem fóssil e vem sendo relevante substituto de combustíveis poluentes na indústria, como diesel e carvão, aponta. “Definitivamente, as concessionárias estão completamente engajadas nessa agenda para oferecer aos seus mercados mais uma opção com benefícios ambientais – além do gás natural, o biometano”, destaca. Atualmente, o principal desafio apontado para maior avanço dessa cadeia é a oferta às distribuidoras. Do ponto de vista técnico, não há impedimento para incremento de biometano nos gasodutos de gás natural e as distribuidoras buscam mapear o crescimento da oferta de biometano nos próximos anos.
Fonte: O Povo (CE)
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