A obra de manutenção do gasoduto Rota 1, da Petrobras, prevista para acontecer de 3 a 23 deste mês, teve forte impacto na programação de manutenções para março de usinas hidrelétricas e térmicas. Segundo a ata da Coordenação de Manutenção de Unidades Geradoras do ONS, foram reprogramadas obras em dez hídricas e uma térmica para não coincidirem com a paralisação do gasoduto.
Além disso, o operador condicionou a aprovação de serviços de manutenção em quatro térmicas da própria Petrobras a serem abastecidas com gás fornecido pelo duto que estará paralisado. De acordo com o ONS, a obra da Rota 1 “implicará na indisponibilidade de geração térmica em diversas usinas”, tendo como consequência “uma menor disponibilidade de geração no SIN para atendimento nos períodos de maior demanda”.
A Rota 1, inaugurada em 2011, liga os campos de Mexilhão, no pós-sal, e de Tupi, no pré-sal, ambos na Bacia de Santos, às instalações de tratamento de gás em terra, com capacidade de 10 milhões de m3/dia.
Sua paralisação coincide com um momento de forte preocupação do ONS com a garantia do suprimento de energia elétrica em uma conjuntura de grande aumento da demanda e de hidrologia desfavorável em várias bacias estratégicas, apesar de estarmos em pleno período úmido.
Como vem acontecendo desde o fim do ano passado, quando a ação do fenômeno El Niño já se anunciava perigosa, o operador reprogramou muitas manutenções para um “período eletroenergético mais favorável”, independentemente da parada da Rota 1 de suprimento de gás da Petrobras.
No caso da UHE Serra da Mesa, da Eletrobras Furnas, a sugestão foi transferir a manutenção da sua UG 1 de março para algum momento entre 10 de junho e 20 de agosto, período de praias no rio Tocantins que limita a defluência na usina. Para a UHE Theodomiro Carneiro Santiago (ex-Emborcação), da Cemig, a sugestão foi simplesmente de reapresentar em abril a proposta para manutenção na UG 1.
As hidrelétricas que tiveram manutenções em uma ou mais UGs reprogramadas para não coincidirem com a obra do gasoduto da Petrobras foram Ilha Solteira, Jupiá e Chavante, da CTG, Henry Borden subterrânea e externa, da Emae, Jacuí e Itaúba, da CSN, Água Vermelha e Ibitinga, da AES, e Porto Primavera, da Auren.
Entre as térmicas, foi reprogramada a obra da Termopernambuco para depois da manutenção do gasoduto e foram condicionados os serviços nas UTEs Cubatão, Juiz de Fora, Nova Piratininga e Termomacaé ao fato de elas estarem paradas por falta de suprimento de gás.
Ao todo, a reunião de manutenções do ONS examinou 107 pedidos de licença para manutenções em UGs, sendo cem em hídricas e sete em térmicas. Do total, 71 serviços foram de alguma forma reprogramados, 22 aprovados sem restrição e 14 liberados sob condicionantes.
Fonte: EnergiaHoje
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