O gás natural veicular (GNV) é uma solução imediata e viável para descarbonizar o transporte pesado e substituir o óleo diesel, afirmou Gabriel Kropsch, diretor do Comitê Nacional de GNV. Kropsch explicou que políticas públicas para o uso do gás veicular começaram a ser adotadas desde os anos 1990, mas sempre voltadas para os veículos leves, quando no resto do mundo o foco são os veículos pesados, como caminhões e ônibus. “O gás natural tem uma competitividade muito grande em relação ao diesel. Não só em relação à economia, mas em relação também à redução de emissões. Então o gás natural, apesar de ser fóssil, ele polui 30% a menos do que o diesel, em termos de gases de efeito estufa”, disse. “Mas, por exemplo, em termos de poluentes locais, que são aqueles poluentes que afetam a saúde humana, o gás natural mesmo sendo fóssil reduz em mais de 90% as emissões de material particulado, que é aquela fumaça preta do cano de descarga, ou outros poluentes como por exemplo, o Nox”.
Para promover a adoção do GNV no transporte pesado, Kropsch sugere várias medidas de incentivo que não envolvem necessariamente renúncia fiscal do governo. Exemplos incluem a depreciação acelerada de veículos a gás, permissão para trânsito de veículos pesados a gás em vias expressas e centros urbanos, e redução de pedágio. Ele argumenta que esses incentivos poderiam estimular grandes indústrias e transportadoras a adotarem o GNV, criando um impacto significativo no mercado. Com relação ao biometano, Kropsch vê como uma alternativa promissora e complementar. Com os mesmos benefícios do gás natural, mas sendo 100% renovável, o biometano pode complementar o GNV, especialmente em regiões sem rede de gás canalizado, afirmou.
Fonte: Epbr