A redução dos preços do querosene de aviação (QAV), pela Petrobras, neste mês levanta a questão se a estatal pode efetuar também mudanças no diesel e na gasolina. No caso da gasolina, consultorias ouvidas pelo Valor calculam que empresa opera abaixo da paridade de importação. Significa que, em tese, não haveria espaço para cortes, mas sim para aumentos. No diesel, a companhia está mais alinhada ao mercado externo. O pano de fundo dessa conjuntura é o petróleo tipo Brent, que registra recuo de 9,56% desde o início de abril, segundo o Valor Data. Nesta segunda (03), a commodity fechou a US$ 78,22. No diesel e na gasolina, a Petrobras está há meses sem fazer mudanças nos preços. Na gasolina, a última mexida nos preços nas refinarias foi em 21 de outubro e no diesel, em 27 de dezembro. Nos dois casos houve reduções nos preços praticados. Conforme cálculos da consultoria StoneX, o preço da gasolina da Petrobras vendido às distribuidoras está R$ 0,127 abaixo do preço de paridade de importação (PPI), cerca de 4,5%. No caso do diesel, os preços da estatal estão mais próximos aos internacionais, cerca de R$ 0,017 acima do PPI, ou 0,5%, segundo a StoneX. Bruno Cordeiro, analista da StoneX, afirma que a diferença do preço da gasolina da Petrobras em relação ao exterior não significa que a estatal esteja próxima de alguma mudança.
A defasagem média foi de R$ 0,35 por litro em abril e chegou a R$ 0,48 em alguns dias: “Observamos a redução dessa diferença [da defasagem] entre o preço da Petrobras e o PPI desde meados de abril. Isso ocorre pela redução do risco geopolítico no Oriente Médio e no Leste Europeu, e pelos receios macroeconômicos sobre a política econômica do Banco Central americano, que leva a uma perspectiva menos otimista para demanda de petróleo e derivados”. A Abicom calcula, com base no fechamento do petróleo desta segunda (03), que tanto a gasolina quanto o diesel vendidos pela Petrobras operam, em média, R$ 0,05 abaixo dos preços internacionais. Seria o equivalente a 1% para o diesel e 2% para a gasolina. Já o CBIE estima que a gasolina está defasada em R$ 0,48 em relação ao PPI, cerca de 14,6%. O CBIE calcula ainda que o diesel está R$ 0,14 acima da referência internacional ou 4,2%.
Fonte: Valor Econômico
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