Gasbrasiliano apresentou projeto de expansão de gasoduto na região de Ribeirão Preto e reacendeu articulações para a extensão do ramal até o Triângulo Mineiro. O prefeito Paulo Piau (MDB) se deslocou ontem à cidade paulista para acompanhar o lançamento do projeto e discutir possível ampliação do duto até o território mineiro.
Os dirigentes da Gasbrasiliano anunciaram investimento de R$135 milhões para implantar 190 quilômetros de rede de distribuição de gás natural nos próximos cinco anos. O plano de expansão divulgado é para levar o duto de Ribeirão Preto até Orlândia, que fica a 118 quilômetros de Uberaba, passando pelos municípios paulistas de Sertãozinho, Jardinópolis, São Simão e Dumont.
De acordo com o prefeito, com a ampliação da rede até Orlândia, o gás estará a apenas 100 quilômetros do Distrito Industrial 3 em Uberaba e o cenário está favorável para a chegada do duto ao Triângulo. Piau afirma que os próprios representantes da Gasbrasiliano manifestaram interesse em trazer o gás para Minas Gerais. “As possibilidades estão surgindo. Temos que aproveitar. O nosso interesse é que o gás chegue a Uberaba”, disse.
A implantação de um ramal de gasoduto de Ribeirão Preto até Uberaba já foi debatida antes para o abastecimento da fábrica de amônia da Petrobras em Uberaba. A alternativa na época foi apontada como a mais viável economicamente, mas emperrou porque a ANP (Agência Nacional de Petróleo) emitiu parecer desfavorável em 2011.
O órgão considerou o projeto inconstitucional e alegou que a proposta não atendia às regras da Lei do Gás, pois o duto de Ribeirão Preto era de distribuição e não poderia transpor para o Estado de Minas Gerais. Apesar do impasse anterior, o prefeito acredita que os obstáculos legais serão vencidos. “Há novos entendimentos com a ANP em relação à Lei do Gás e isso pode favorecer o projeto do duto de Ribeirão Preto a Uberaba”, declara.
Opções. Em janeiro, a Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, Codemig) encaminhou proposta para implantar um duto na faixa de domínio da Petrobras, onde já estão instalados a rede do oleoduto Osbra e o alcoolduto que interliga Paulínia, Ribeirão Preto e Uberaba. O projeto seria trazer um ramal do Gasbol a partir de Paulínia até Uberaba. Ainda não há informação se o traçado passaria por São Carlos, igual ao projeto da TGBC, que também envolvia a malha do gasoduto da Gasbol. Segundo o prefeito, o importante é viabilizar o gás até Uberaba, independente da empresa ou do traçado. Ele posiciona que tanto o projeto da Gasbrasiliano quanto o da TGBC atendem ao interesse da região.
FGV fará plano de negócios para planta de amônia atrair investidores
Prefeitura vai contratar Fundação Getulio Vargas para reunir informações sobre o projeto da planta de amônia e formatar plano de negócio para apresentar a investidores. A informação é do prefeito Paulo Piau (MDB), que tenta viabilizar a construção da unidade via iniciativa privada agora que a Petrobras sacramentou a saída definitiva do empreendimento.
Piau afirma que a desistência da Petrobras não significa o fim da planta de amônia. Ele argumenta que existe uma demanda no mercado e o fator será utilizado para a atração dos investidores. “Onde tem mercado, tem negócio. Hoje, 75% do fertilizante usado no Brasil é importado. Se consideramos os nitrogenados, este número chega a quase 90%. Isso é uma vulnerabilidade muito grande. É inconcebível para uma nação minimamente organizada”, argumenta.
O prefeito acrescenta que não pretende abandonar o projeto por causa dos entraves que interromperam a obra da fábrica. “Não desanimamos nem do gasoduto e nem da planta de amônia. Os dois virão. Não vamos abandonar estes projetos. Estamos correndo atrás porque sabemos que são viáveis e necessários”, finaliza.
Fonte: Jornal da Manhã – Uberaba
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