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Exclusivo: ‘Estratégia para os combustíveis não é tabelamento de preços’, diz presidente da Petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, diz que a estratégia comercial anunciada pela empresa em 16 de maio para os combustíveis vai manter as cotações da gasolina e do diesel “próximos” das referências internacionais. “Só vai oscilar menos”, diz.

O executivo afirma ainda que a nova orientação reduzirá os riscos de desabastecimento no mercado doméstico e não vai significar tabelamento nos preços. “Abrasileirar os preços, como temos dito, não é nacionalizar os preços, não é transformar em preço tabelado, nem isolar a Petrobras e o Brasil do mundo”, disse Prates ao Valor. “Quando o preço subir vai subir. Talvez não suba com a mesma rapidez e precisão do PPI, mas uma hora o preço vai subir ou alguém achava que Lula ia se eleger e nós íamos entrar aqui [na empresa] e prometer que o preço nunca mais ia subir, só ia descer, isso não tem sentido!”.

Segundo Prates, foi uma tentativa de tornar a estratégia a mais transparente possível. Isso não quer dizer, segundo ele, que a Petrobras vá controlar os preços finais ao consumidor: “Não vamos mandar no preço final, mas estamos dando uma estimativa e funcionou [em 16 de maio]. Mas não é tabelamento, quem tem que tomar conta disso é o Procon, os órgãos de defesa da concorrência, o próprio consumidor”. Diante das críticas sobre falta de transparência, Prates pede tempo para mostrar resultados: “Tem que haver um voto de confiança de que nós somos gestores responsáveis”, diz Prates. Embora seja um crítico do PPI, ele admite que parâmetros da política de preços dos combustíveis criados no governo de Michel Temer, em 2016, seguirão servindo de referência para a formação dos preços, mas sustenta que também foram introduzidos elementos novos na conta.

Ele diz que o programa utilizado pela companhia para calcular os preços dos combustíveis envolve mais de “40 mil variáveis” e busca otimizar as operações da Petrobras em toda a cadeia. O cálculo considera, por exemplo, o tipo de petróleo, a refinaria que formula cada produto, a infraestrutura logística e o mercado a ser atendido. Prates chama o formato de Planabe, um plano de programação linear. “Calculamos o melhor percurso, o tempo para entrega, a chegada na base final. Ou seja, a melhor forma de produzir e entregar.” Mesmo assim, reconhece, o preço do Brent e a taxa de câmbio seguem sendo itens prioritários entre milhares de variáveis consideradas.

Fonte: Valor Online

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