O consumo industrial de energia elétrica atingiu em novembro de 2013, pela primeira vez no ano, uma taxa positiva (+0,1%) no acumulado em 12 meses, totalizando 15.761 GWh. Na comparação com novembro/2012, a elevação foi de 1,8% e na série dessazonalizada houve avanço de 0,5%, frente a outubro do ano passado.
A maior contribuição positiva (+164 TWh) para o resultado em novembro veio da região Sul (+6,2%), no qual todos os estados apresentaram elevação no mês. Destacou-se o aumento do consumo no Rio Grande do Sul (+7,9%), influenciado pelos setores de produção de alimentos, couro e calçados, químico e móveis. Paraná e Santa Catarina, por sua vez, cresceram 4,6 % e 6,4 %, respectivamente.
Já a região Norte (+7,2%), destacou-se o aumento do consumo dos setores de extração mineral e metalurgia no Pará (+9,2%), que obteve a segunda taxa positiva no ano. A região Centro-Oeste (+16,4%) apresentou a segunda maior contribuição (+113 TWh), refletindo a expressiva elevação em Mato Grosso do Sul (+17,1%) e em Mato Grosso (+7,3%), que refletiu o bom desempenho dos ramos de produtos alimentícios, extração e produtos de minerais não metálicos e construção civil.
No Sudeste (+0,5%), a maior contribuição veio do aumento em São Paulo (+0,9%), impulsionado por fornecimento adicional a um consumidor que possui geração própria. No Espírito Santo (+9,4%), a retomada do consumo do setor de extração mineral foi a principal influência positiva. Em Minas Gerais (-0,1%), o decréscimo está relacionado à parada de uma linha produtiva de uma indústria de alumínio, e no Rio de Janeiro (-4,0%), ao retorno da autoprodução de um consumidor do setor de siderurgia, que deixou de consumir energia através da rede.
A única região que apresentou decréscimo (-5,0%) no mês foi o Nordeste (-120 TWh). A maior influência sobre essa taxa veio do Maranhão (-26,4%), onde o setor de produção de alumínio continua com o consumo retraído. Na Bahia (+0,3%), sobressaiu o efeito relacionado ao menor consumo do segmento de fertilizantes.
Nordeste impulsiona o consumo residencial
Em contrapartida, o Nordeste sozinho contribuiu com mais da metade (236 GWh) do aumento do consumo da energia residencial do país em 2013, que comparado a igual mês do ano anterior, foi registrado um acréscimo de 427 GWh. Só em novembro, segundo a EPE, foram consumidos 10.666 GWh nas residências do país.
A região realizou um crescimento expressivo de aproximadamente 13% e novembro de 2013. No ano, o consumo apresentou aumento de 11,6%, favorecido pela aquisição de mais eletrodomésticos pelas famílias. Nos dois maiores mercados da região, Bahia e Pernambuco, que correspondem a 45% do consumo residencial, as vendas de eletrodomésticos têm superado a média nacional. Enquanto nesses estados a variação do volume foi de quase 13% no ano, no Brasil foi de 9%, conforme PMC/IBGE.
O crescimento do consumo no Norte e no Centro-Oeste foi da ordem de 7%, com liderança de Amazonas (17,8%) e Mato Grosso (11,4%), respectivamente. O Paraná (2,0%) apresentou a taxa mais baixa da região Sul (3,9%). Por outro lado, no Rio Grande do Sul (4,3%), embora também com influência da base alta em 2012, o consumo residencial cresceu acima da média na região, assim como, em Santa Catarina (6,4%).
No Sudeste (0,4%), além da comparação com a base alta, principalmente no Rio de Janeiro, pesaram também dias a menos de faturamento em alguns mercados e o recadastramento de clientes para a classe comercial em importante distribuidora de São Paulo, feito em adequação à Resolução nº 414 da Aneel. Rio de Janeiro e São Paulo assinalaram taxas negativas, respectivamente, -1,0% e -1,3%.
Consumo comercial cresceu 4,8% em novembro de 2013
O crescimento do consumo de energia elétrica nos estabelecimentos de comércio e de serviços em novembro de 2013 foi de 4,8%, em parte refletindo a comparação com o resultado muito elevado ocorrido em igual mês de 2012 (13,7%).
No Nordeste, o consumo de eletricidade nos estabelecimentos de comércio e serviços aumentou 10,4% em novembro. Porém, descontado o efeito do ciclo de faturamento que se observou em alguns mercados da região, o resultado teria sido de 7%. No ano, o consumo na região acumulou crescimento de 8,7%.
No Sul (3,5%) e no Sudeste (3,9%), o crescimento fraco de grandes mercados, respectivamente, Rio Grande do Sul (1,7%) e Rio de Janeiro (2,0%), fez com que essas regiões tivessem resultado abaixo da média nacional.
As vendas no varejo que cresciam em outubro de 2012 à taxa de aproximadamente 9% no acumulado do ano, estão agora a 4% (PMC/IBGE). Em parte, repercutindo o percentual de famílias endividadas que, nesse período, passou de 59% para 63%, segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio – CNC.
Essa desaceleração tem influído na confiança dos empresários do setor, que, pelo quarto mês consecutivo, mostrou-se em nível inferior ao de 2012. A expectativa do setor para os próximos meses, no entanto, é de recuperação gradual do ritmo de vendas, com necessidade de incremento de estoques e de contratação de funcionários.
Fonte: Redação Jornal da Energia