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Carro com GNV pode economizar mais de 50%; veja cuidados com manutenção

Quem precisa rodar muito com o carro já deve ter pensado em instalar um kit GNV (gás natural veicular). De olho em um grupo de motoristas que segue crescendo — formado por frotistas, taxistas e profissionais de aplicativos de transporte particular, –, empresas com bastante tempo de mercado atualizaram suas oficinas para instalação do sistema em automóveis, chamada de conversão.

UOL Carros mostra como é o serviço, que promete reduzir o consumo médio em 50%… Mas que tem seus contras.

O serviço de conversão pode ser feito em qualquer oficina credenciada pelo Inmetro. Nossa reportagem visitou a Instala GNV, que pertence à Comgás (empresa paulistana de gás canalizado e maior distribuidora do combustível no país) e é a primeira loja deste tipo no Brasil. Localizada no Brás, zona central de São Paulo (SP), o local possui até dinamômetro para realizar testes de rodagem antes de devolver o veículo ao cliente.

Até a localização foi escolhida a dedo: normalmente o serviço é realizado em até um dia, mas pode levar mais tempo dependendo do modelo do veículo, e a proximidade de soluções públicas de transporte é tratada como diferencial.

Nem todo serviço é rápido, já que alguns carros podem demandar pequenos serviços de funilaria para a instalação do kit de conversão para gás natural. Um exemplo é a Chevrolet Spin, cujas caixas de roda precisam ser cortadas caso o cliente queira instalar os cilindros na parte inferior da minivan. Neste caso, o cliente é orientado a procurar um profissional de sua confiança para fazer a funilaria antes de realizar a conversão.

Sobram vantagens para quem realiza a conversão: além de aumentar a autonomia do veículo, um levantamento realizado pela Comgás explica que o custo do quilômetro rodado com GNV é de R$ 0,17, contra R$ 0,40 da gasolina e R$ 0,41 do etanol. Considerando que cada m³ de gás natural permite rodar até 14 km, a economia de dinheiro pode chegar a 58% em relação à gasolina e 59% em comparação com o etanol.

Traduzindo em valores, o motorista precisa desembolsar R$ 17 para rodar 100 km em um carro movido a GNV, contra R$ 40 se o combustível for gasolina e R$ 41 com etanol. A empresa diz que é possível rodar até 181 km com GNV desembolsando apenas R$ 30 — com o mesmo valor dá para andar 75 km com gasolina e 74 km com etanol.

O cálculo levou em consideração os seguintes valores para os combustíveis: R$ 4,189 pelo litro da gasolina; R$ 2,984 pelo litro do etanol; GNV a R$ 2,468 pelo m³. Os números, que são de janeiro de 2018, foram obtidos na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis).

Alguns meses atrás, a foto de um Chevrolet Camaro com um cilindro de gás natural viralizou nas redes sociais. A cena pode ser inusitada na maior parte do Brasil, mas é cada vez mais corriqueira em três estados do país.

“Vários donos de modelos importados ou esportivos estão aderindo ao GNV pelo desconto no IPVA. É por isso que você vê postos nestes estados com vários carrões nas bombas de gás natural”, explica Ricardo Vallejo, gerente de GNV da Comgás.

Enquanto motoristas do Paraná pagam 71,4% a menos, quem mora em Alagoas tem um desconto de 45% a 54%, dependendo da potência do carro — a alíquota cai para apenas 1,5%, assim como no Rio de Janeiro, onde o abono chega a 75%.

Em 2017, o número de conversões realizadas em 2017 cresceu 61% em São Paulo, comparando com o resultado de 2016. Este volume deve ser ainda maior se um projeto nos moldes do praticado no Rio for aprovado.

“Vamos propor uma iniciativa semelhante, mas com limitação de valor para carro para beneficiar quem realmente precisa do desconto”, afirma Vallejo.

Os kits atuais são chamados de “geração 5”, mas ainda sofrem com perda de potência, na contramão da maior economia ao abastecer. Essa perda chega a 4% para os equipamentos atuais, contra até 10% dos kits anteriores.

Além disso, o valor do serviço varia de acordo com o modelo de automóvel, mas a média é de R$ 4 mil. Levando esse valor em consideração, a Comgás afirma que um usuário que percorra 57 km por dia obtém o retorno do investimento em 12 meses.

O gás natural também enfrenta resistência de alguns motoristas, que temem pela segurança em situações como o abastecimento dos cilindros.

Vale lembrar ainda que o cilindro de gás natural pode tomar praticamente todo o espaço do porta-malas de carros compactos (que utilizam cilindros de 7,5 m³) e a conversão invalida a garantia de fábrica dada pela montadora, ainda que algumas lojas ofereçam garantia de um ano pelo serviço realizado.

A Comgás sugere fazer uma revisão de redutor de pressão e bicos injetores a cada 30 mil km ou ano de uso. O equipamento em si precisa ser revisado a cada 40 mil km, quando é realizada a troca do filtro de ar e limpeza dos bicos injetores. De resto, a manutenção segue o cronograma original indicado pela fabricante.

O filtro de ar deve ser verificado e eventualmente substituído a cada 10 mil km, e velas e cabos de velas devem ser checados periodicamente, mantendo ponto e compressão regulados conforme indicação do fabricante.

 

Fonte: UOL

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