Um mês depois de um colapso nos preços que levou o petróleo dos Estados Unidos a ser negociado em território negativo, os mercados de gás europeus podem também entrar no vermelho após uma forte queda na demanda e estoques em alta terem pressionado as cotações.
Os preços do gás holandês e britânico despencaram devido à fraca demanda em meio a medidas de isolamento contra o coronavírus e à forte produção de renováveis, que somam-se a um mercado já em sobreoferta e com pouco espaço disponível restante para armazenamento.
No mercado de referência para o gás na Europa, o preço para o dia seguinte do gás caía 20%, para 2,50 euros por megawatt-hora, o equivalente a menos de 1 dólar por milhão de unidades térmicas (BTU). Preços à vista no Reino Unido também caíram até 30%.
Nas expectativas de alguns operadores de mercado, os contratos europeus de gás para entrega no curto prazo caíram para zero ou mesmo para valores negativos, o que seguiria movimento visto nos preços do petróleo WTI no mês passado.
“Se a oferta continuar com essa força até que os estoques estejam cheios, nós poderemos possivelmente ver preços negativos em algum momento, uma vez que não há sinal de melhora no lado da demanda”, disse um operador.
“Se vai acontecer hoje ou na próxima semana, é difícil dizer. Nesse final de semana temos uma demanda muito fraca e oferta forte, então os preços no fim de semana podem ficar perto do negativo”, acrescentou.
Diferente dos preços do petróleo nos EUA, que entraram no negativo pela primeira vez, os preços do gás no Reino Unido já foram negociados abaixo de zero em 2006, quando um gasoduto da Noruega começou a enviar o insumo para o britânicos pela primeira vez. Naquela ocasião os estoques também estavam quase cheios.
O risco de preços negativos é maior para os preços à vista no mercado britânico, disseram analistas e operadores, uma vez que a única instalação para armazenamento por longo prazo do país fechou em 2017.
Nos Estados Unidos, os preços do gás caíram para 1,52 dólar por milhão de btu em março, menor nível desde agosto de 1995, mas desde então recuperaram-se em cerca de 12%.
Fonte: Reuters
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