A construção de usinas térmicas em vários pontos do país, tema mais polêmico incluído na Medida Provisória (MP) que abriu caminho para a privatização da Eletrobras, não é 100% certa. A viabilização desses empreendimentos dependerá de uma avaliação que o mercado fará de cada uma delas. Todo o investimento precisará ser bancado por um preço-teto fixado na MP, que é de aproximadamente R$ 350,00 por MWh.
“Paciência. O cara vai viabilizar de outra maneira”, disse o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord, ao ser questionado sobre o que aconteceria com aquelas usinas que não se viabilizarem pela tarifa.
Ele comparou a construção dessas usinas à escolha de um carro dentro do limite de R$ 50 mil. A pessoa pode desejar um modelo novo, com ar condicionado e bancos de couro, mas pode não encontrar algo que caiba no seu orçamento.
“Essa é a beleza do mercado”, comentou. Alguns deputados e senadores, disse, decidiram colocar especificidades no projeto que talvez tragam dificuldade para sua viabilização. “Foi escolha deles”, disse. “Quando o governo abrir o leilão, o mercado apresentará diferentes propostas”.
Algumas usinas, disse ele, podem ser construídas “na boca do poço” de gás. Outras podem estar em locais distantes, o que demandará investimentos na construção de gasodutos.
O secretário frisou que não existe a possibilidade de haver reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos, para cobrir eventuais investimentos que fiquem acima das receitas geradas pela tarifa-teto.
As usinas térmicas, disse ele, vão ajudar a reduzir as tarifas e aumentar a segurança do sistema. Se já estivessem construídas, o Brasil estaria numa situação diferente da que enfrenta hoje devido à falta de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas.
O custo de R$ 350,00 por MWH é aproximadamente um terço do pago às usinas térmicas a óleo, comparou.
Fonte: Valor Online
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