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Se usar toda capacidade de biogás, Ceará gera 12 mil empregos e reduz toneladas de CO2 da atmosfera

O Ceará tem potencial para produzir 1,8 milhões de m³ de biogás — fonte renovável de energia gerada a partir da decomposição de resíduos orgânicos — por dia, mas só chega a 409 mil m³ diários (22%), segundo a Abiogás. Atualmente, há seis plantas instaladas na Região Metropolitana de Fortaleza. Dessas unidades, três geram energia elétrica, enquanto o restante fabrica biometano (biocombustível gasoso oriundo do biogás). De acordo com outro estudo de entidades setoriais, se toda a capacidade local for utilizada, essa cadeia de produção pode gerar 12 mil empregos no Estado e retirar 7 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (CO2) da atmosfera. Embora não aproveite toda a potencialidade disponível, o mercado cearense é considerado um “case de sucesso” por injetar, diariamente, 90 mil m³ de biometano na rede de gasoduto da Cegás, alcançando cerca de 17% do consumo local, conforme a presidente executiva da Abiogás, Renata Isfer.

Para Renata, no entanto, é necessária uma política pública estruturante para incentivar a produção de biogás e aproveitar a capacidade integral, atendendo à demanda de empresas e de governos para a redução das emissões de carbono (CO2). No âmbito estadual, medidas para um corredor sustentável, biodigestores (equipamento para a decomposição dos resíduos orgânicos sem a presença de oxigênio) para produtores rurais e incentivos fiscais. No País, aponta, são necessárias taxas de financiamentos mais baixas para o setor e infraestrutura de escoamento. “O biogás traz benefícios que nenhuma outra fonte possui. Comparando somente com as renováveis, tem a flexibilidade de gerar energia elétrica a qualquer hora e é estocável”, destaca. “Em termos de potencial para o ESG, não apenas aproveita resíduos como efetivamente é um forte substituto de combustíveis fósseis na indústria e incentivando tropas de caminhões a se tornarem movidas a Gás Natural Veicular (GNV), utilizando o biometano, além de uma série de medidas para contribuir com a descarbonização”, exemplifica. Segundo Renata, o biometano ainda não competitividade comparável com o combustível fóssil e acaba não sendo a opção das empresas que dizem “querer carbonizar, mas não estão dispostas a investir”. A entidade tem buscado conversar com os governos estaduais e federal para superar os gargalos do setor e avançar com a pauta no Brasil.

Segundo o Governo do Estado, “uma parcela relevante do setor industrial do Ceará” já usa o biogás como matriz energética porque cerca de 15% da matriz de suprimento de gás distribuída pela Cegás é composta por biometano. “Isso faz com que uma parcela relevante do setor industrial do Ceará use o biogás como matriz energética. No entanto, as iniciativas para o uso de Gás Natural Veicular nas frotas de governo ainda são muito incipientes, restritas à Secretaria do Meio Ambiente”, disse. O governo acrescentou também já possuir incentivo fiscal dado diretamente para a GNR Fortaleza, empresa dos grupos Marquise e Ecometano que detêm a usina produtora de biometano no aterro sanitário de Caucaia, onde ocorre a conversão a partir da decomposição do lixo do Aterro Sanitário Municipal Oeste (Asmoc). A Cegás, informou, tem uma infraestrutura de 646 km de gasodutos por onde é escoado o biometano, misturado com o gás natural convencional.

Fonte: Diário do Nordeste

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