A MGás, joint venture entre o grupo J&F e a Inner Grow, realizou na última quinta (17) a sua primeira operação piloto de importação de gás natural da Argentina, via Bolívia. É a terceira comercializadora brasileira a anunciar testes de importação de gás argentino este mês: a MTX Comercializadora de Gás Natural, subsidiária da Matrix Energy, e Edge, do grupo Compass, também fizeram o mesmo movimento. “Realizamos nosso primeiro piloto com gás argentino, pois acreditamos que a oferta de gás do país vizinho pode vir a oferecer vantagens competitivas, principalmente se concluídos os investimentos necessários a um fluxo de suprimento contínuo e de grande escala, afirmou o diretor de Operações da MGás, Henrique Baeta. A companhia tem, hoje, acordos de suprimento com Tecpetrol, TotalEnergies e Oilstone Energía na Argentina. A comercializadora não informou a origem do gás importado nesta operação. A MGás destacou que trabalha no desenvolvimento de um portfólio tanto para o abastecimento de suas térmicas, quanto para o fornecimento a clientes industriais no mercado livre de gás natural. A comercializadora atende, hoje, clientes do setor ceramista e a Seara Alimentos, por exemplo, de acordo com levantamento da agência eixos.
Ampliar a oferta
A companhia informou, em nota, que a perspectiva é importar mais volumes da Argentina a longo prazo e que também planeja trazer cargas de gás natural liquefeito (GNL) do país vizinho a partir de 2027 — para além das rotas via Bolívia e Uruguaiana (RS), por gasodutos. “Como comercializadores, queremos ampliar a oferta no mercado brasileiro e motivar os investimentos em ampliação da infraestrutura de dutos de transporte no país”, complementou Baeta. A MGás mira o gás argentino como uma fonte de suprimento importante para as termelétricas do grupo.
Para o leilão de reserva de capacidade (LRCAP) de junho, posteriormente cancelado, a J&F assinou termos de compromisso com produtores argentinos para importação de até 11,75 milhões de m³/dia, para atendimento das UTEs Araucária (484 MW/PR), Santa Cruz (500 MW/RJ), Cuiabá (350 MW/MT) e Uruguaiana (640 MW/RS).
Fonte: Eixos
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