Petróleo sobe cerca de 2% à espera de alta da demanda americana
O petróleo subiu ao redor de 2%, nesta segunda (01), acelerando a alta no começo da tarde à medida que o mercado se prepara para o aumento da demanda que costuma ocorrer durante o verão nos Estados Unidos, em especial a partir do feriado de Independência em 4 de julho. O contrato futuro do petróleo WTI, a referência americana, para agosto subiu 2,26%, a US$ 83,38 por barril, maior nível desde 26 de abril. Já o contrato do Brent, a referência global, para setembro avançou 1,88%, a US$ 86,60, preço mais alto desde 29 de abril. Às vésperas do início da temporada de verão nos Estados Unidos, o mercado de petróleo tem mostrado maior otimismo com os fatores para a demanda e oferta globais. Além do esperado aumento sazonal do consumo nos Estados Unidos por conta das viagens, a tensão geopolítica no Oriente Médio e a extensão dos cortes da oferta da Opep+ têm dado apoio aos preços.
Fonte: Valor Online
ES Gás fecha contrato de suprimento de gás natural com a Shell Energy Brasil
A ES Gás, empresa do Grupo Energisa, assinou contrato com a Shell Energy Brasil para fornecimento de curto prazo de gás natural ao mercado capixaba. Com esse novo contrato, o Espírito Santo conta, agora, com quatro supridores de gás natural.
A molécula contratada com a companhia possui um custo 15% menor que o custo mix atual da ES Gás. Isso significa uma redução de aproximadamente 2% no custo mix da companhia no segundo semestre. O impacto dessa redução poderá ser percebido a partir do próximo reajuste de tarifas da companhia, que ocorrerá em agosto deste ano.
Para Fabio Bertollo, diretor presidente da ES Gás, essa é mais uma ação para melhorar as condições de fornecimento do gás natural no Espírito Santo.
“Esse contrato reforça o objetivo da ES Gás em diversificar cada vez mais seu portfólio de fornecedores, visando oferecer mais competitividade aos consumidores”, afirma Bertollo.
O contrato possibilita negociações no mercado spot e é o primeiro desse tipo no Espírito Santo. Essa inovação trará maior competitividade e redução de custos para empresas e usuários de gás natural no Estado, permitindo que eles se beneficiem do mercado livre de gás com a Shell Energy.
“Este contrato é um grande indicativo da necessidade de modernização do mercado de gás brasileiro. O mercado livre permite flexibilidade e melhores negociações para todos os agentes da cadeia, o que reflete na redução de custos para os consumidores finais”, destaca Rodrigo Soares, presidente da Shell Energy Brasil
Fonte: ES Gás / Comunicação
Gasmig atinge marca de 100 mil clientes ligados
A Gasmig tingiu o marco de 100 mil clientes ligados. O Contrato de concessão previa que a Companhia chegasse a esta marca em dezembro de 2026. A antecipação deste número com mais de um ano de antecedência, é vista pela diretoria como um marco de sucesso. “É uma imensa satisfação informar que atingimos a meta regulatória de 100.000 clientes ligados. Esta marca acordada com o regulador previa sua conclusão ao final deste ciclo tarifário. Entretanto, com trabalho e empenho de todos os nossos colaboradores, conseguimos atingir com bastante antecedência”, comemora Gilberto Valle, presidente da Gasmig.
Investimento contínuo
Até 2034, a Gasmig pretende investir cerca de R$5,8 bilhões na ampliação do seu sistema de distribuição de gás natural (gasodutos) em todo o Estado. Além do Projeto Centro-Oeste, que liga Betim à Divinópolis, outros estudos estão em andamento. De acordo com o Relatório Anual da Administração, a Gasmig alcançou, em 2023, importantes marcos financeiros, como faturamento bruto de R$4,155 bilhões, patrimônio líquido de R$1,305 bilhão e lucro líquido de R$596,1 milhões. “Nunca tivemos um investimento tão grande na Gasmig como estamos fazendo agora. Desde 2013, quando fizemos os gasodutos do Sul de Minas e Vale do Aço, a média anual de investimentos era de R$ 50 milhões, e ano passado chegamos a R$ 300 milhões para viabilizar o crescimento dessa rede”, exalta o presidente.
Fonte: Gasmig / Comunicação
SCGÁS: Obras de ampliação da rede de gás natural canalizado iniciam na próxima semana em Coqueiros
A partir de 08 de julho, a SCGÁS inicia as obras para ampliação da rede de gás natural canalizado ao longo da Avenida Eng. Max de Souza e Rua Desembargador Pedro Silva, em Coqueiros. Serão cerca de 3 km de novas redes e o término está previsto para outubro deste ano.
Durante o período das obras, poderá ocorrer alguma interferência pontual no trânsito que será tratada em conjunto com a Guarda Municipal de Florianópolis, com intuito de garantir a segurança e a fluidez do tráfego local. As atividades diárias têm previsão de início às 7h até 17h30.
A ampliação da rede de gás natural pretende atender inicialmente mais de 30 estabelecimentos comerciais, incluindo restaurantes, bares e supermercados. Esta primeira etapa facilita ainda a expansão da rede para atendimento a outros clientes residenciais e comerciais próximos à essa linha principal.
A SCGÁS utiliza a técnica de construção de menor impacto, reduzindo a necessidade de abertura de valas extensas ao longo da via. Desta forma, os potenciais transtornos à comunidade são significativamente menores.
No que se refere a recomposição do pavimento, a SCGÁS utilizará uma técnica que permite a retomada imediata do trânsito original de veículos nos pontos abertos nas vias. Será aplicada recomposição provisória de alta eficiência até que todos os testes da rede recém-construída sejam concluídos. Finalizada a fase de testes e garantida a segurança e confiabilidade das instalações, será executada a repavimentação asfáltica dos pontos de intervenção
A SCGÁS está comprometida em minimizar os transtornos para os moradores e comerciantes locais durante o período das obras e agradece a compreensão e colaboração de todos. É importante destacar que o transtorno é temporário, mas o benefício é permanente. Esta ampliação da rede de gás canalizado representará um avanço na infraestrutura da região, agregando mais valor àquela via e suas imediações.
O gás natural oferece inúmeros benefícios, incluindo conforto e comodidade por ser canalizado, além de segurança e confiabilidade, já que não necessita de armazenamento em tanques. A tarifa pós-paga é regulada pela Agência Reguladora (ARESC), garantindo transparência. Ambientalmente correto, o gás natural emite menos poluentes e contribui para a mobilidade urbana ao reduzir o trânsito de caminhões que transportam outros combustíveis.
Fonte: SCGÁS / Comunicação
New Fortress compra projeto de termelétrica a gás em São Paulo
A New Fortress fechou um contrato para aquisição da UTE Lins, empresa controlada pela Omega Engenharia e dona de um projeto de uma termelétrica a gás natural com capacidade instalada de 2,05 GW em Lins (SP). A transação se encontra em análise no Cade. A aquisição acontece num momento em que a New Fortress se prepara para participar do leilão de reserva de capacidade, no segundo semestre. A companhia estima que o leilão terá uma demanda de mais de 8 GW de potência termelétrica e espera assegurar o fornecimento de gás natural para 3,2 GW, entre projetos próprios e de terceiros. A New Fortress mira, na licitação, tanto oportunidades de contratação de térmicas novas quanto existentes e que poderão ser atendidas com gás natural liquefeito (GNL).
A empresa inaugurou este ano o Terminal Gás Sul (TGS), em Santa Catarina. A planta de regaseificação está conectada ao gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) – que corta o município de Lins, onde se situa o projeto termelétrico comprado pela NFE. Além do TGS, a companhia possui mais um terminal de GNL no Brasil, em Barcarena (PA). Isolado da malha interligada de gasodutos do país, está ancorado em dois grandes clientes regionais: a refinaria de alumina da Hydro Alunorte; e no complexo termelétrico que a NFE está construindo associado ao terminal. São duas usinas: a termelétrica Novo Tempo (624 MW), prevista para 2025, e Portocem (1,571 GW) – contrato de reserva de capacidade adquirido pela empresa, originalmente concebido para Pecém (CE), mas que será transferido para Barcarena. Já em Santa Catarina, a NFE assumiu o risco do investimento, sem um grande cliente âncora. A New Fortress anunciou, em maio, os seus primeiros grandes contratos de fornecimento de gás do TGS. Assinou dois contratos com a TBG, que somam cerca de 1 milhão de m3/dia, para balanceamento e gás para uso no sistema (GUS) e valem até o fim do ano.
Fonte: Epbr
Alerj aprova benefício fiscal para termelétricas a gás natural no Rio
No último dia 27, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou o PL 3.766/24, que isenta as usinas termelétricas de ICMS na compra de gás natural, inclusive liquefeito (GNL). É de autoria do governador Cláudio Castro (PL) e segue para sanção. É válido para projetos que obtiveram licença ambiental prévia e venceram leilões de energia da Aneel entre 2015 e 2032 (data-limite para isenção do imposto). O GNL também precisa entrar pelos portos do Rio. Atualmente, há dois terminais, da Baía de Guanabara (Petrobras) e do Porto do Açu (GNA). O texto cria um regime especial para as termelétricas, com diferimento do ICMS para aquisição de máquinas e equipamentos, inclusive importadas, e na comercialização da energia. O governo do Rio justificou que os benefícios fiscais são necessários para estimular a cadeia de gás no estado, inclusive industrial. “A construção e operação de termelétricas a gás natural possui efeito multiplicador na economia local”, diz no projeto. Empresas beneficiadas devem investir em projetos de energia renovável e não podem ter irregularidades fiscais ou ambientais. No mínimo, 2% do custo variável do gás natural, por ano, deverá ser aplicado em projetos de geração de energia renováveis, conservação de energia em prédios públicos, iluminação pública, de interesse histórico ou turístico. Ou estudos sobre transição energética e energia no Rio.
O Rio está sob o regime de recuperação fiscal. Em maio, obteve uma liminar do ministro Dias Toffoli, no STF, para suspender o pagamento de multa por inadimplência e manter os pagamentos à União nos mesmos valores de 2023. A AGU recorre da decisão.
Fonte: Epbr
Lula veta redução de alíquota para uso de gás natural em caminhões
O presidente Lula vetou estímulos ao uso de gás natural na frota pesada, incluído no Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover). A lei foi publicada nesta sexta (26) no Diário Oficial da União. Os vetos atenderam recomendação tanto do Ministério da Fazenda quanto do MDIC. No texto aprovado pelo Congresso Nacional, o parágrafo 10 do art. 9° dizia que os caminhões equipados com motor que utilize gás natural, hidrogênio ou biometano teriam diferenciação no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de até 5 pontos percentuais em relação a caminhões convencionais. O gás natural e o biometano, que têm as mesmas características, são possíveis substitutos do diesel, combustível mais poluente e, em geral, mais caro. As pastas justificam que a alíquota de IPI está zerada para todos os veículos de transporte de mercadorias. “O dispositivo, para ter efeito prático, ensejaria a necessidade de elevação da tributação dos veículos de transporte não tratados no preceito, com efeitos negativos sobre a renovação da frota, a indústria de transporte de mercadorias e a economia nacional”, diz a mensagem de veto. Lula também vetou a habilitação no Mover da infraestrutura de postos de abastecimento de gás natural liquefeito (GNL) e outras fontes energéticas alternativas de baixa emissão de carbono, voltadas para frotas pesadas. O governo entender que a medida possibilitaria a habilitação de postos concorre com as metas globais do programa, destinados a induzir a adoção de novas tecnologias de propulsão a serem produzidas no país. Os outros dois pontos vetados do texto aprovado pelo Congresso Nacional dizem respeito à idade limite para importação de bens usados – que estava fixada em até 10 anos e foi derrubada –, e importação de veículos e peças por pessoas físicas e jurídicas.
Fonte: Epbr
Como tentativa de golpe na Bolívia mexe com agenda do gás natural com o Brasil
A tentativa fracassada de golpe contra o presidente boliviano, Luis Arce, traz novamente a instabilidade política no país vizinho para a pauta do mercado de gás natural no Brasil. Afinal, a Bolívia não é só uma das nossas principais fontes de molécula. É também o caminho mais curto para o sonho de importação do gás argentino. Em meio às turbulências políticas em La Paz, o presidente Lula confirmou a viagem à Bolívia no próximo dia 9 de julho. “Quero fazer uma reunião muito grande com os empresários bolivianos e quero mostrar para aquela gente que somente a democracia é capaz de permitir que a Bolívia cresça”, afirmou o presidente brasileiro à rádio Itatiaia. O encontro com Arce já estava previsto para julho antes mesmo da tentativa de golpe. E tem como pano de fundo uma agenda conjunta que envolve, do lado brasileiro, a tentativa de negociar condições de acesso à infraestrutura ociosa do país vizinho para escoamento do gás de Vaca Muerta, da Argentina. Do lado boliviano, a tentativa de atrair investimentos brasileiros para a recuperação de reservas de gás. Nossos vizinhos querem vender gás (a preços mais baratos que o argentino) – e não apenas ser remunerada pela passagem do gás argentino por seu território. A Bolívia quer também discutir projetos de industrialização do gás no país – o que inclui a produção de fertilizantes para exportação para o Brasil.
O governo de Luis Arce está intermediando a aproximação da YPFB, a estatal local, com agentes industriais no mercado brasileiro – que travam uma corrida por acesso ao gás (mais competitivo) tanto da Bolívia e quanto da Argentina. O presidente boliviano tem acenado para uma agenda de reformas – e aí uma nova Lei de Hidrocarbonetos é a promessa de prioridade para depois das eleições de 2025, quando, espera-se, o país vizinho possa entrar em mais um capítulo de pacificação política. Para o embaixador boliviano no Brasil, Horacio Villegas, o momento atual é o de busca de um equilíbrio entre as duas experiências passadas e antagônicas da política energética boliviana: a liberal (predominante entre 1990 e início da década de 2000); e a nacionalista (nos anos 2000 e 2010). “É um momento de síntese. Tivemos uma tese, uma antítese e estamos no processo da síntese, de achar um equilíbrio, tanto para as empresas estrangeiras, quanto para a Bolívia”, disse em entrevista à agência epbr, em junho (antes da tentativa de golpe). O governo boliviano (incluindo a YPFB) e a Petrobras têm mantido contatos frequentes, numa reaproximação iniciada por Jean Paul Prates e agora sob o comando de Magda Chambriard. Mas a Bolívia tem, hoje, um ambiente de negócios proibitivo, com baixo retorno e que dificulta a decisão de investimentos.
A expectativa é que a Bolívia não abrirá mão da participação majoritária das estatais do país, mas buscará aumentar a presença do capital estrangeiro. “A Bolívia tem uma tarefa pendente, muito grande, que é criar as condições para dar confiança para os investidores. Não só do Brasil, mas do mundo”. “A Bolívia ainda está em processo de construção, mas precisamos que o Brasil nos fale: ‘olha, precisamos também que nesse processo de construção, é viável que a Bolívia fique com 51% e, para nós, 49%’. Uma joint venture nesse sentido”, comentou Villegas. A Petrobras, aliás, não será mais a única parceira comercial da Bolívia: “Estamos em outro momento e a Bolívia precisa conversar com todos os atores que estejam interessados no gás da Bolívia, não apenas com a Petrobras. A Petrobras vai ser a mais importante, em vários sentidos, mas não vai ser a única. Isso é que é muito bom”.
A infraestrutura existente de gasodutos na Bolívia é, hoje, o caminho mais rápido para as pretensões de comércio Brasil-Argentina. As alternativas (incluindo um novo gasoduto pelo Chaco Paraguaio) demandariam não só investimentos pesados em infraestrutura, como mais tempo para serem colocadas de pé. Villegas destaca que o gás da Vaca Muerta vai marcar o futuro energético da região pelos próximos 20 a 30 anos. “E a Bolívia quer participar desse processo”. O embaixador estima que o gás argentino chegará na fronteira brasileira a US$ 9 a US$ 10 por milhão de BTU, enquanto a Bolívia entrega ao preço de US$ 7. “São US$ 3 que, para muitas indústrias, é determinante”, afirmou. Sobre a relação com o governo liberal da Argentina de Javier Milei, Villegas acredita que ao fim do dia, independentemente da questão político-ideológica, “o que prevalece são os businesses [negócios]”.
Villegas também comentou sobre o declínio da produção de gás e destaca que esse é um tema que o país precisa trabalhar – incluindo a nova Lei de Hidrocarbonetos. Mas argumenta que há gás na Bolívia à espera de investimentos. E que há um volume de 4 milhões de m3/dia que tende a ficar disponível para o Brasil, à medida que a Argentina se torne autossuficiente da Bolívia a partir deste ano. O embaixador cita também que o país consome hoje cerca de outros 4 milhões de m3/dia em termelétricas que poderão ser liberados para comercialização com o Brasil, na virada da década, com o avanço das renováveis na matriz elétrica do país vizinho. “Porque também se construiu essa narrativa que a Bolívia não tem mais gás. E não é assim”, disse. Villegas enxerga um enorme potencial de parceria entre Brasil-Bolívia no tema dos fertilizantes nitrogenados, que dependem da oferta de um gás barato. Os bolivianos têm interesse em atrair investimentos em fafens, voltadas para exportar ao Brasil, assim, um produto de maior valor agregado que o gás em si. “A demanda dos fertilizantes por parte do Brasil é tão grande que dá para colocar quatro plantas aqui no Brasil e quatro plantas na Bolívia”. “O preço da molécula de gás na Bolívia, para um processo de industrialização, como é o tema da ureia, é de US$ 2 [por milhão de BTU]. Com US$ 2, você consegue, com qualquer projeto, qualquer engenharia, viabilizar. No Brasil, o gás natural, por diversas razões, é caro”, comentou.
A atração de investimentos para a indústria de óleo e gás é parte da agenda prioritária da Bolívia. O país enfrenta, hoje, uma crise política e econômica. A ofensiva do general Juan Zúñiga – destituído da chefia do Exército após fazer declarações contra o ex-presidente Evo Morales – é o mais recente episódio das tensões políticas no país. A tentativa de golpe, que culminou na prisão de Zuñiga, ocorre em meio a uma disputa de poder entre o atual presidente Luis Arce e seu ex-aliado Evo Morales – ex-presidente boliviano que, depois de ser reeleito em eleições contestadas em 2019, foi derrubado por um movimento militar apoiado pela direita. O Movimento ao Socialismo (MAS), o partido governante, está dividido: Morales anunciou, em 2023, sua candidatura presidencial para as eleições de 2025 – contrariando abertamente Arce, que busca a reeleição. A disputa respingou nas condições de governabilidade de Arce, que perdeu a maioria da base no Congresso. A crise boliviana é agravada por um quadro econômico frágil. Desde que Morales assumiu a presidência em 2006 até renunciar em 2019, o país manteve um crescimento do PIB consistentemente acima dos 4% ao ano. Sob o comando de Arce, esse crescimento real da economia vem desacelerando: em 2024, o FMI estima uma alta de 1,6%, depois de um aumento de 2,5% em 2023. Esse desempenho econômico se mistura, de certa forma, com o declínio da produção de gás natural do país – um dos pilares da matriz econômica nacional. Em paralelo, as reservas internacionais despencaram.
Fonte: Epbr
Lula amplia capacidade de gerar energia, mas gás fica estagnado
Reportagem do portal Poder 360 mostra que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa 1 ano e meio nesta segunda (01). Em 18 meses, a transição energética tem sido uma das principais pautas da gestão petista. No período, a capacidade de geração de energia cresceu, puxada pelas fontes renováveis, e linhas de transmissão também estão sendo ampliadas para escoar a demanda, sobretudo de usinas eólicas e solares no Nordeste. Por outro lado, o gás natural, uma das apostas globais para descarbonização na transição por ser menos poluente que o carvão e o diesel, ficou praticamente estagnado. Em 1 ano e meio, nenhum novo grande gasoduto de transporte foi construído ou pelo menos anunciado pelo governo. Sem essa infraestrutura para estimular o consumo, a reinjeção de gás nos poços tem crescido e batido recordes.
O problema no setor de gás vem de antes do atual governo. A malha nacional de gasodutos está praticamente estagnada desde 2013, com 9.400 quilômetros. É uma infraestrutura bem menor que a da Argentina, como já mostrou o Poder360. Desde 2013, só um duto de transporte de gás foi construído, com apenas 11 quilômetros de extensão, para ligar as cidades fluminenses de Itaboraí a Guapimirim. A infraestrutura teve a instalação aprovada em 2012 pela ANP, mas só em 2024 foi concluída pela NTS (Nova Transportadora do Sudeste). Vai ligar a malha existente da NTS próxima à costa até o Polo GasLub, aonde chegará o novo duto marítimo da Petrobras para escoar gás do pré-sal, conhecido como Rota 3, que deve ficar pronto no fim do ano. A falta de infraestrutura é uma das razões para o Brasil reinjetar mais da metade de sua produção de gás natural. Não há gasodutos de escoamento que suportem a produção crescente do pré-sal. Em março de 2024, o volume de gás devolvido aos poços bateu recorde histórico: 58%. Antes de Lula voltar ao Planalto em 2023, o maior patamar de reinjeção tinha sido de 51%, registrado em 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL). Já na gestão petista, o nível médio de devolução de gás aos poços está em 53%. Em abril de 2024, último mês com dados divulgados, o percentual reinjetado foi de 54%.
O governo Lula tem planos para desenvolver o mercado de gás. Ainda no início de 2023, anunciou a intenção de lançar o programa Gás para Empregar, que teria medidas para estimular o setor. Foram criados grupos de trabalho para o desenho das novas regras, mas até agora os trabalhos não foram concluídos e não há expectativa de quando o pacote sairá do papel. Em abril deste ano, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prometeu um “choque de oferta de gás” nos próximos anos com novos projetos que reduziriam a reinjeção. Na ocasião, ele listou 6 chances que o Brasil terá de ampliar a sua disponibilidade interna do energético, quase todas apenas para o longo prazo. São elas: novo gasoduto Rota 3 (Petrobras) – mais 18 milhões de m³/dia vindos do pré-sal. Deve ficar pronto até o fim deste ano; Projeto Raia (Equinor) – mais 14 milhões de m³/dia em gás do pré-sal a partir de 2028; Projeto Sergipe (Petrobras) – mais 18 milhões de m³/dia vindos de campos de águas profundas do Sergipe. Estimado para 2028; reservas onshore – exploração nacional de gás não-convencional (xisto), com jazidas estimadas 32 milhões de m³/dia; importação da Argentina – importação de 3 milhões de m³/dia de gás de xisto do campo de Vaca Muerta por meio do gasoduto Bolívia-Brasil ou por uma nova rota via Paraguai. Possibilidade ainda em negociação; biometano – potencial de produção no Brasil chega a 60 milhões de m³/dia.
Fonte: Poder 360
EPE: consumo de eletricidade cresce 9,0% em maio
A mais recente edição da Resenha Mensal da EPE mostra que o consumo nacional de energia elétrica foi de 47.038 GWh em maio de 2024, alta de 9,0% comparado a maio de 2023. Este foi o quarto maior consumo mensal de toda a série histórica desde 2004. A classe residencial liderou com taxa de expansão de 13,4%. Comércio e indústria também cresceram. Já o consumo acumulado nos últimos 12 meses foi de 547.827 GWh, alta de 6,5% na comparação com igual período anterior. As fortes chuvas e as inundações históricas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul em maio afetaram apenas parcialmente as estatísticas de consumo de eletricidade deste mês, conforme o calendário de leitura de cada distribuidora. Na classe industrial já se percebe no consumo de maio o impacto das fortes chuvas que atingiram o estado. Porém, nas classes residencial e comercial, o efeito calendário de leitura, combinado ao consumo alavancado pelo clima mais quente, levou as classes a apresentarem expansão nas estatísticas de consumo de eletricidade do estado.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre, com 19.584 GWh, respondeu por 41,6% do consumo nacional de energia elétrica em maio, com crescimento de 10,4% no consumo e de 30,1% no número de consumidores, na comparação com maio de 2023. Já o mercado regulado das distribuidoras, com 27.454 GWh, respondeu por 58,4% do consumo nacional em maio, alta de 8,0%. O número de unidades consumidoras aumentou 1,0% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre.
Fonte: EnergiaHoje