Elevação anula as quedas registradas nos três primeiros ajustes de preços do ano
Desde março, o gás liquefeito do petróleo (GLP) para uso industrial – com botijão acima de 13 quilos – acumula alta de 24,8% para as distribuidoras. De lá para cá, foram feitos seis reajustes no preço do combustível, sendo que, em maio, foram promovidas mudanças duas vezes: de 3,6% e de 7,1%.
Levantamento da Brasil Energia apontou também que, entre janeiro deste ano e o dia 6/3, houve retração acumulada de 15,1% no preço do produto. Mas depois, os aumentos que se seguiram anularam essa queda acumulada.
O mais recente aumento, de 5%, foi promovido ontem (19/9), com vigência a partir desta quinta-feira (20/9). Segundo o Sindigás, sindicato que reúne as empresas de distribuição de GLP, esse aumento pode variar, ao consumidor final, entre 4,8% e 5,2%, dependendo do polo de suprimento.
A entidade alega que o ágio praticado pela Petrobras no GLP industrial está em cerca de 15% em relação ao preço praticado no mercado internacional. O preço do granel está 65,38% acima do valor do botijão de até 13 quilos (chamado de P13), voltado ao consumo residencial.
A Petrobras informa em seu site que a política de preços para o GLP de uso industrial e comercial vendido às distribuidoras tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias. A paridade é considerada necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, o que dá às distribuidoras a possibilidade de importar o produto, caso este não esteja com preços competitivos no país. Além disso, o preço médio considera uma margem que cobre os riscos, como volatilidade do câmbio e dos preços.
Tanto o barril de petróleo tipo Brent (negociado na Bolsa de Londres) como o dólar vêm em movimentos ascendentes nas últimas semanas. Nesta quinta-feira, até o fechamento desta reportagem, o Brent futuro era vendido a US$ 78,62. Já o dólar, em função da incerteza eleitoral do país, já passou a ser vendido acima dos R$ 4. Estas variáveis influenciam no cálculo dos reajustes.
Dados do Sindigás mostram que, no ano passado, foram vendidas 7,39 toneladas de botijões em todo o país, sendo que a maior parte foi do produto até 13 quilos (chamado de P13) para uso residencial, totalizando 5,36 toneladas. O produto de uso industrial e comercial vendeu 2,03 toneladas em 2017.
Fonte: Brasil Energia Online
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