Petróleo fecha em alta com tensões geopolíticas, mas cai na semana

Na sexta-feira (14), o petróleo estendeu os ganhos da sessão de quinta (13), dia em que dois petroleiros foram atacados no Estreito de Ormuz, na região do Golfo Pérsico, local por onde estima-se que 30% da produção mundial seja escoada.

O episódio eleva as incertezas dos investidores sobre a oferta global da commodity e impulsiona os preços.

Ontem, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, atribuiu os ataques ao Irã. O novo incidente gera preocupação entre governos e diplomatas de todo o mundo, já que há a possibilidade de que o ataque acirre as tensões entre os Estados Unidos e o Irã e conduza os dois países a um conflito direto no Oriente Médio.

Além das tensões geopolíticas, que pressionam a oferta, o número de sondas de perfuração de petróleo caiu o equivalente a uma na semana, para 788, de acordo com levantamento da Baker Hughes, após recuo de 11 na semana anterior.

Diante desse cenário, os contratos futuros do Brent para agosto encerraram a sessão em alta de 1,14%, para US$ 62,01 o barril, na ICE, em Londres. Já os preços do WTI para julho fecharam o dia em alta de 0,43%, a US$ 52,51 o barril.

Os ganhos das duas últimas sessões, no entanto, não foram suficientes para evitar que a commodity encerrasse a semana em queda. Estoques elevados nos Estados Unidos continuam pressionando os contratos do petróleo. Nesta semana, dados divulgados pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), apontaram que os estoques americanos de petróleo subiram em 2,206 milhões de barris na semana passada, para 485,47 milhões de unidades, contrariando expectativa de queda de 600 mil barris no período.

No acumulado semanal, a referência global (Brent) recuou 2,06%, enquanto que a referência americana (WTI) cedeu 2,66%.

Do lado da demanda, as disputas comerciais entre EUA e China e seus reflexos no crescimento econômico global seguem como uma incerteza para os investidores.

 

Fonte: Valor Online