Investidores de petróleo estão preocupados tanto com a redução da demanda quanto com o excesso de oferta, em meio a novas preocupações de que as disputas comerciais entre Estados Unidos e China possam prejudicar a economia global, reduzindo o consumo de petróleo. Na terça-feira (6), ainda refletindo a escalada nas disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo, ontem, os preços do petróleo voltaram a cair.
O Brent para outubro fechou a sessão em queda de 1,45%, a US$ 58,94 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) encerraram o dia em baixa de 1,93%, a US$ 53,63 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Os preços da referência americana de petróleo caíram cerca de 8% na última quinta-feira (1º), a maior queda desde 2015, após o presidente Trump ter anunciado uma nova rodada de tarifas sobre a China.
Analistas disseram que as últimas ameaças tarifárias continuam sendo uma preocupação e que, se entrarem, de fato, em vigor no dia 1º de setembro, como prometeu Trump, elas poderiam rapidamente enfraquecer a demanda por petróleo em todo o mundo.
“O inesperado anúncio tarifário do presidente Trump na quinta-feira reviveu, de repente, o espectro de uma desaceleração econômica – semelhante à peste bubônica para a demanda por petróleo”, disse Robert McNally, presidente do Rapidan Energy Group.
Julho marcou o sexto mês consecutivo que a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) cortou sua previsão de crescimento no consumo global de petróleo para 2019. Além disso, dados semanais sobre a demanda de gasolina nos EUA ‒ o maior consumidor de gasolina do mundo ‒ decepcionaram as expectativas do mercado. A demanda incerta de combustível, durante os meses de verão, quando os deslocamentos geralmente aumentam, é particularmente preocupante para os investidores do setor.
O Goldman Sachs recentemente reduziu sua previsão de demanda global de petróleo em 2019 para 1,2 milhão de barris por dia, ante 1,4 milhão no início do ano. O Bank of America Merrill Lynch estima que a última rodada de tarifas dos EUA sobre a China poderia enfraquecer ainda mais a demanda de petróleo em um adicional de 250.000 a 500.000 barris por dia.
“O petróleo está à beira de um precipício”, escreveram analistas do Bank of America Merrill Lynch em uma nota de pesquisa.
Fonte: Valor Online
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