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Petróleo tem pior sessão desde o fim de abril com receio sobre nova onda da covid-19

O petróleo fechou em queda acentuada nesta quinta-feira, no pior dia desde o fim de abril. Um ressurgimento dos casos de covid-19 nos EUA e uma perspectiva econômica sombria do Federal Reserve (Fed) diminuíram as perspectivas dos investidores para a demanda da commodity. Dados recentes do governo dos EUA, mostrando uma subida semanal nos estoques de petróleo, também contribuíram para a forte queda.

Os preços dos contratos para agosto do Brent, a referência global, caíram 7,62%, a US$ 38,55 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os do WTI para julho recuaram ,23%, a US$ 36,34 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

“Os preços do petróleo recuaram hoje principalmente porque que a Energy Information Administration (EIA) informou que os estoques dos EUA se expandiram para um nível histórico”, escreveu Paola Rodriguez Masiu, analista-sênior de mercados de petróleo da Rystad Energy, em nota a clientes.

De fato, a EIA informou na quarta-feira que os estoques dos EUA subiram 5,7 milhões de barris na semana encerrada em 5 de junho, um volume muito superior à previsão de analistas consultados pela S&P Global Platts, de um declínio médio de 3,2 milhões de barris.

Enquanto isso, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou ontem que as perspectivas econômicas para os EUA seriam desafiadoras e alertou que milhões de pessoas podem não voltar aos seus empregos.

“Nas últimas semanas, os preços do petróleo se recuperaram devido aos cortes na oferta que, em grande parte, controlaram os estoques globais, mas os preços estão novamente pressionados, à medida que as preocupações com o ritmo da recuperação da demanda se intensificam”, escreveu o analista da Rystad.

Uma recuperação mais fraca após pandemia que atrapalhou grande parte da economia global pode prejudicar a demanda por petróleo e seus derivados, à medida que a indústria luta com preocupações sobre a eficácia de medidas para limitar a produção da commodity.

Os agentes também estão preocupados com os sinais de que os casos de coronavírus nos EUA continuam subindo e superaram a marca de 2 milhões. A contagem global de casos subiu para 7,39 milhões nesta quinta-feira, de acordo com dados agregados pela Johns Hopkins University.

“Os ativos de risco, incluindo petróleo bruto e ações, estão sob pressão hoje devido ao aumento de casos de coronavírus”, disse Robert Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho Securities nos EUA. “Há evidências de que uma segunda onda de casos de covid-19 está ocorrendo no Arizona, Texas, Flórida e Califórnia”, escreveu ele.

Fonte: Valor Online

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