A crise hídrica que novamente atinge em cheio o setor elétrico tem se agravado e autoridades do governo já consideram que será necessário instaurar um “comitê de crise” para pensar estratégias que possam afastar o risco de corte de carga (blecaute) por déficit na oferta de energia pelo sistema brasileiro. Fontes ouvidas pelo Valor informam que o assunto dominou a reunião do Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada hoje (28) em caráter extraordinário. Uma das fontes informou que a gravidade da situação evoluiu a tal nível que não está descartado um novo racionamento de energia, saída traumática adotada em 2001 que marcou o fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A Aneel deverá instalar o comitê de crise já a partir da próxima segunda-feira, que trabalhará em caráter sigiloso. Para contornar a situação, poderá ser adotado racionamento não só de energia elétrica, mas também de água para poupar os reservatórios das hidrelétricas. A restrição no consumo deve começar em julho, de forma pontual e não para todos os Estados. Como já era esperado, a bandeira vermelha, patamar 2, deve ser indicada nas contas de luz. Outras medidas drásticas também são consideradas, tais como suspender a emissão de autorização para irrigantes, na agricultura. Nos bastidores, as autoridades do setor comentam que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ficou muito irritado ao ser surpreendido sobre a gravidade da atual crise, que pode não ser contornada com o acionamento de térmicas. A pressão recai principalmente sobre o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por monitorar a situação. O risco de blecaute foi mencionado em sessão plenária do TCU. O ministro Benjamin Zymler determinou que o caso seja acompanhado pela unidade técnica (Seinfraelétrica).
Fonte: Valor Online
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