O blog do jornalista Fausto Macedo (Estadão) publica artigo do diretor de Regulação e Novos Negócios da PetroReconcavo, João Vitor Moreira, Nele, Moreira afirma que não é de hoje que o gás natural tem sido apontado como estratégico para o desenvolvimento do País. Aliás, esse insumo vem se provando, no mundo inteiro, como a principal energia de base para uma matriz energética de baixo carbono, considerando que as energias renováveis são intermitentes. Nos próximos anos, devemos colher muitos frutos desse cenário único de desenvolvimento pelo qual o mercado de gás tem passado no Brasil. O desinvestimento da Petrobras dos ativos em terra, iniciado em 2016, permitiu um setor mais competitivo e dinâmico, além de atrair uma série de investimentos e dar a oportunidade às empresas produtoras independentes de óleo e gás onshore para traçar um novo futuro de transformação e revitalização de campos maduros.
O cenário é, de fato, bastante promissor. Há atualmente um número considerável de reservas provadas de gás natural e um enorme potencial de revitalização desses campos terrestres, considerando que a Petrobras não explorou todo o potencial de produção desses ativos à medida que migrou seus esforços para os ativos offshore. Nossos campos localizados no Rio Grande do Norte acumulam um número elevado de reservas provadas e prováveis, que representam hoje mais de 70 milhões de barris de óleo equivalentes. E, como efeito de nosso esforço na revitalização e desenvolvimento dos nossos ativos, em aproximadamente 18 meses de operação, registramos um incremento de produção de cerca de 72% em 30 campos que a operamos desde dezembro/2019 no Rio Grande do Norte, quando comparada à produção diária reportada pelo antigo operador em seu último dia de operação. Ou seja, há muito ainda por vir.
Mas, voltando a falar dos investimentos, segundo dados apontados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com a aprovação da Nova Lei do Gás – que possibilita uma maior concorrência no mercado de Gás Natural e Biocombustíveis, atraindo novos investidores e por consequência reduzindo os custos de produção e o preço final do gás para o consumidor – o Brasil poderá ter um aumento de R$ 60 bilhões em investimentos anualmente, além de gerar cerca de 4,3 milhões de empregos nos próximos anos. Considerando que, no passado, o gás natural esteve em segundo plano na política energética nacional, essa é uma quebra de paradigma importante, que beneficia amplamente a economia brasileira e toda a cadeia de desenvolvimento, com a atração de novos negócios, aumento da arrecadação e geração de emprego e renda. Para se ter uma ideia, o Brasil está entre os países com os maiores preços do insumo para o setor industrial, responsável por mais de 45% do consumo de gás do país em 2019, de acordo com dados estimados pela International Energy Agency (IEA).
O País precisa aproveitar essa janela de oportunidade com as múltiplas possibilidades. Destaco ainda a vanguarda do Rio Grande do Norte. O estado tem papel relevante quando o assunto é o mercado de gás, com um governo que está prestes a enviar a Nova Lei do Gás para a Assembleia Legislativa para termos uma estrutura definida e segurança legal para o pleno desenvolvimento do mercado. É o Nordeste saindo na frente, regulamentando o que foi aprovado recentemente em nível federal. Para nós, o mercado de gás é um pilar estratégico em nosso plano de negócio. Estamos confiantes em nossos planos de expansão e queremos nos tornar o principal fornecedor deste insumo em todo o Nordeste, o que irá gerar benefícios em todas as pontas. Ter conquistado a chamada pública para fornecer gás para a Potigás foi apenas o primeiro passo. Mas, um passo bastante importante e que já deverá proporcionar benefícios diretos para a região, inclusive para a população, já que, segundo a distribuidora, com o contrato que firmamos, pode haver uma redução de 35% no valor da molécula para o consumidor final quando comparada ao preço atual. Outro ponto fundamental e que não poderia deixar de comentar é o impacto socioeconômico do mercado de gás nas regiões de produção. O movimento desse setor gera royalties, impostos sobre serviços e oportunidades para a força de trabalho local, empreiteiros e fornecedores, ampliando também a vida econômica dos campos e seus benefícios ao longo do tempo. Mais do que nunca, o gás natural é uma alternativa real e imediata ao desafio da garantia de suprimento energético da nação. Estamos bastante entusiasmados com as perspectivas futuras e trabalharemos duro para liderar a transformação da indústria de óleo e gás onshore no Brasil. Vamos em frente!
Fonte: Estadão.com / blog Fausto Macedo