O preço dos combustíveis não para de subir no Brasil e quem precisa abastecer o veículo tem sentido o impacto do aumento no bolso. A gasolina já acumula alta de mais de 70% neste ano e, pela quinta semana consecutiva – entre 31 de outubro e 6 de novembro de 2021 – o valor médio do litro sofreu reajuste, chegando a R$ 6,710, de acordo com levantamento da ANP. Recorrer ao GNV foi a saída para muita gente, já que a opção compensa mais que a gasolina. Hoje, o preço médio do gás é de R$ 4,297 por metro cúbico.
“Em média, o consumo de GNV é de 13,2 quilômetros por metro cúbico, enquanto com a gasolina esse desempenho é de 10,7 quilômetros por litro, e com etanol, de 7,5”, esclarece o diretor de Estratégia e Mercado da Abegás, Marcelo Mendonça. Nesse cenário, o condutor desembolsaria R$ 0,63 por quilômetro se abastecer com gasolina, e R$ 0,33 se optar pelo gás. Com a segunda opção, ele pagaria 48% a menos – e é justamente a economia é a principal vantagem da troca, especialmente para quem usa o carro como ferramenta de trabalho, destaca o diretor da Abegás.
Essa possibilidade de aliviar os gastos tem levado muitos consumidores a buscar pela conversão para o GNV. Segundo dados da Senatran, de janeiro a setembro deste ano foram realizadas mais de 160 mil conversões de veículos para gás natural veicular. O número representa um aumento de 86% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram feitas 86 mil instalações.
O ex-motorista de aplicativos de transporte Gustavo Chaves é um dos que buscou a alternativa. O gasto com combustível comprometia um terço da renda diária com as corridas. Com a troca, ele passou a ter uma economia de até 50%. “É um grande investimento. É muito mais econômico em relação aos combustíveis líquidos. Um veículo 1.4 chega a ter uma autonomia de 18 km por metro cúbico de gás. Na estrada, já tive autonomia de 24 km”, comenta.
Para fazer a conversão, Gustavo pagou R$ 4 mil no kit-GNV, e garante que recuperou o investimento com o valor que economizou com combustível. Mendonça, diretor da Abegás, explica que quanto mais o carro rodar, mais rápido o dinheiro pago no kit vai retornar para o bolso. “A vantagem do GNV é maior na medida em que a pessoa use mais seu veículo. Esse tempo de payback pode variar de três a nove meses, dependendo da intensidade de uso. A grande vantagem é que, depois de amortizado o investimento, tudo passa a ser economia”, ressalta.
Por ser mais econômico, a vantagem do GNV é maior na medida em que a pessoa use mais seu veículo. O ponto de atenção, para cada motorista, é examinar seu perfil de consumo. Importante dizer que o kit de conversão não é excludente, ou seja, caso necessário, o motorista pode rodar com outros combustíveis Marcelo Mendonça, diretor de Estratégia e Mercado da Abegás
Para o ex-motorista de aplicativo, as únicas desvantagens são a perda de espaço no porta-malas – onde o kit fica armazenado – e a falta de mais postos com GNV disponível, o que o levava, em casos extremos, a abastecer com combustíveis líquidos.
Quem pretende fazer a conversão para o gás natural deve ficar atento aos cuidados necessários no processo. O primeiro passo é procurar uma oficina especializada no serviço, que deve ser credenciada pelo Inmetro. Depois, é preciso solicitar a autorização do Detran para a instalação do sistema.
Após instalar o kit, o veículo deve ser submetido à inspeção para garantir que tudo esteja funcionando corretamente. “A inspeção de segurança veicular é indispensável para preservação da vida. Historicamente, todos os acidentes nos sistemas GNV instalados aconteceram, comprovadamente, em veículos que não estavam regularizados ou com as inspeções periódicas em dia, além de não ter o Selo de Segurança GNV do Inmetro vigente”, explicou o vice-presidente de Relações Institucionais da Abrac (Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade), Claudio Torelli.
De acordo com Torelli, é fundamental que o consumidor verifique o funcionamento dos equipamentos de segurança obrigatórios para não ter o veículo reprovado na inspeção. Devem ser observados todos os itens que podem ser passíveis de multa em blitz de trânsito, como lâmpada de placa, limpador de para-brisas e lâmpadas led – que só valem as de fábrica.
Além disso, é verificado se todos os componentes do sistema GNV são certificados e se constam no site do Inmetro. Se o veículo for aprovado, é emitido o Selo de Segurança GNV do Inmetro, que deve renovado anualmente, e o CSV (Certificado de Segurança Veicular). Com os certificados em mão, é só comparecer do Detran para finalizar a conversão.
Fonte: Inset
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