O Brasil contará com R$ 3,25 trilhões em investimentos na matriz energética nos próximos dez anos, se confirmados os projetos previstos no Plano Decenal de Expansão de Energia, o PDE 2031, lançado nessa quarta-feira (6) pelo Ministério de Minas e Energia.
Em cerimônia na sede do ministério, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Paulo César Magalhães, anunciou que o país deve expandir sua matriz energética em 30% até 2031, mantendo a proporção de 50% de fontes renováveis. Ele lembrou que, no mundo, o patamar de energia renovável é de apenas 14%.
Ao discursar na solenidade, o ministro Bento Albuquerque afirmou que o volume total de investimentos apontado pelo PDE 2031 considera o cenário de crescimento econômico de 3% ao ano do país. O montante projetado, segundo ele, abarca principalmente R$ 2,7 trilhões do setor de petróleo e gás natural e cerca de R$ 530 bilhões em geração e transmissão de energia elétrica.
Com os leilões programados pelo governo, as linhas de transmissão devem expandir 19%, com mais 33,6 quilômetros de redes de alta tensão até 2031.
No setor de petróleo, o PDE 2031 prevê o aumento de produção de óleo de 2,9 milhões para 5,2 milhões de barris/dia até 2031. Isso representa, destacou Magalhães, uma expansão de 78%, sendo que as reservas do pré-sal vão corresponder a 80% do todo nível de produção a ser alcançado em dez anos. Com isso, o Brasil deverá subir de sétima para quinta posição de maior produtor e exportador de petróleo do mundo.
Albuquerque afirmou que isso irá ocorrer com o ritmo de crescimento de 6% ao ano da produção de petróleo no período. Segundo ele, somente este ano haverá um salto de 10%, apoiado na retirada de óleo das reservas do pré-sal do contrato de cessão onerosa.
No segmento de gás natural, a produção deve variar de 134 milhões para 277 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia), com expansão de 116%. No novo patamar de produção de gás, 73% virão do pré-sal.
Em seu discurso, Albuquerque que ressaltou que o plano de energia inclui o projeto de uma nova usina nuclear, além de Angra 3 que está em construção em Angras dos Reis, no Rio. “Isso sinaliza nossa intenção de trilharmos um caminho desafiador para viabilizá-la, o que vai desde a seleção do local onde será instalada até adoção de mecanismos de promoção de competição para a sua construção”, afirmou.
O ministro disse que o plano apresenta um “capítulo inédito” sobre hidrogênio como fonte de energia, que o mundo considera “mais seguro e sustentável” e atrai o interesse de “grandes economias”. “O Brasil não vai ficar de fora desse grupo seleto de países, ainda mais detendo um imenso potencial de ap aproveitamento a preços competitivos internacionalmente”, disse Albuquerque.
Fonte: Valor Online
Related Posts
Etanol vai ser cada vez mais relevante na matriz energética brasileira, diz CEO da Vibra
O etanol vai ganhar mais relevância na matriz energética brasileira nos próximos anos, com o crescimento da produção e o aumento da mistura do anidro à gasolina, na visão do CEO da Vibra Energia, Ernesto...
Mais investimento para uma matriz energética mais diversificada
A crise hídrica saiu das páginas dos veículos setoriais, nos últimos dois meses, para ganhar destaque nos telejornais de maior audiência do País. Voltamos 20 anos no tempo, ouvindo novamente as palavras...